quinta-feira, maio 2, 2024

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Analistas dizem que VAR se me te mais que esperado na estreia do Brasileirão


Sandro Meira Ricci

Comentarista e ex-árbitro de Futebol

Número de intervenções do árbitro de vídeo na abertura da Série A do Campeonato Brasileiro de 2019 foi muito maior do que a expectativa. Em apenas uma das intervenções o árbitro decidiu manter sua decisão de campo. E isso, mesmo depois de olhar o vídeo.

No quadro A Regra é Clara da última segunda-feira, o apresentador do Seleção SporTV, André Rizek, deu nota 5 para o desempenho da arbitragem na primeira rodada do Brasileirão. Na hora, pareceu um pouco rigoroso, mas, se considerarmos que em metade dos jogos houve pelo menos um erro claro corrigido pelo VAR, não tem muito como discordar dele.

Na primeira rodada, em 10 jogos tivemos 10 intervenções diretas do VAR. Média de uma intervenção por jogo, muito acima do esperado por todos que acompanham a arbitragem, inclusive pelo novo presidente da Comissão de Arbitragem, Leonardo Gaciba. Para se ter uma ideia, a média da última Copa do Mundo e do primeiro ano do VAR no Campeonato Italiano foi de uma intervenção a cada três jogos.

Nas dez participações do VAR, em apenas uma o árbitro decidiu manter sua decisão de campo, mesmo depois de olhar o vídeo. Tivemos, então, nove mudanças de decisão do árbitro de campo. É um número absurdamente alto porque significa dizer que os árbitros cometeram nove erros dentro do campo apenas na primeira rodada.

Essa situação é agravada quando analisamos a falta de critério de intervenção do VAR. Apesar da mensagem dada aos árbitros por Gaciba no sentido de interferirem apenas em situações de erros claros, não foi o que se viu na primeira rodada.

Logo no sábado, tivemos três participações do VAR, todas para corrigir erros claros do árbitro de campo. Inclusive, no jogo entre Atlético-MG e Avaí, o VAR deixou passar o que seria interpretativo e corrigiu apenas o erro claro e óbvio. Apesar de eu ter discordado desse procedimento na transmissão, imaginei que a mensagem do Gaciba havia sido compreendida pelos árbitros, ou seja: só entrar em erros claros e interferir o mínimo possível no jogo.

O gol anulado do Fluminense por impedimento do Luciano é extremamente interpretativo, e a decisão do campo de dar o gol deveria ter sido respeitada. Não era definitivamente um lance para o VAR chamar o árbitro nem para o árbitro mudar sua decisão de campo após olhar o vídeo.

E o pênalti não marcado para o Bahia foi uma decisão correta do árbitro de campo em que o VAR jamais deveria ter chamado o árbitro para rever. Nesse jogo, tivemos uma conduta repreensível do supervisor de arbitragem que extrapolou suas funções e acabou interferindo negativamente no lance.

Sou partidário do pensamento da nova Comissão de Arbitragem de que o árbitro está em primeiro lugar e de que, quanto mais alto o critério de intervenção do VAR nos jogos, melhor para todos! Mas quem precisa ser a favor não sou eu, e sim o pessoal que compõe a estrutura de arbitragem da CBF.

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