As acusações contra o técnico Fernando de Carvalho Lope (foto), no maior escândalo da ginástica brasileira, prometem abalar o esporte nacional pelos próximos meses. Mas, diante das graves denúncias de abuso sexual contra o treinador, o Comitê Olímpico do Brasil (COB) promete agir. Em entrevista à TV Globo, SporTV e GloboEsporte.com, a entidade anunciou que criará um órgão para acolher vítimas de abusos e investigar denúncias.
“Dentro dos parâmetros que o COB tem feito de modernização de sua estrutura, de sua governança, nós criamos um canal de ouvidoria que vai estar disponível no final de maio, que vai estar aberto a todo público, então através desse canal de ouvidoria, qualquer um pode fazer a denúncia”, afirmou o vice-presidente do COB, Marco Antônio La Porta.
Recentemente, um escândalo sexual tomou conta da ginástica dos Estados Unidos. O médico Larry Nassar foi acusado por mais de 260 ginastas de abuso por décadas. O caso foi um motivador para mudanças de procedimento dentro das confederações e federações.
“Obviamente, casos como esse nos EUA trazem para o esporte uma preocupação muito grande. Mas não é só na ginástica que acontece, acontece em outros esportes. Mas realmente acho que foi bom no intuito de ligar o sinal de alerta, todos ficam mais atentos”, disse La Porta.
No mês de março, a Confederação Brasileira de Ginástica (CBG) assinou um Termo de Cooperação contra o Assédio Sexual e Abuso no Esporte com o Ministério Público do Trabalho. Presidente da entidade, Luciene Resende afirmou na época que o objetivo da entidade é garantir a segurança de atletas no meio esportivo. “Nosso objetivo é assegurar um ambiente saudável no esporte, livre de assédio ou qualquer forma de violência ou fraude.”