O governador afastado Carlos Moisés (PSL) visitou o presidente da Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc), deputado Júlio Garcia, na manhã desta quarta-feira, dia 4. Na pauta do encontro, Moisés propôs ao parlamentar o fortalecimento do diálogo e uma aproximação com o Parlamento.
O governador depende agora só dos deputados para poder se livrar dos processos de impeachment e reassumir o governo.
A reaproximação não é para menos, já que nos bastidores corre que há uma insatisfação de Garcia com a rasteira que o deputado Sargento Lima (PSL) teria dado ao absolver Daiela Reinehr (sem partido) no processo de impeachment que a colocou na condição de governadora interina.
Em tese, Moisés tem até 180 dias de afastamento, ou até o impeachment no caso do reajuste dos procuradores ser julgado. Na fila, o segundo pedido de impeachment, referente a compra dos respiradores da China, pode dar mais um afastamento de 180 dias. Ou seja, a depender das datas e da aplicação desse segundo afastamento, o governador pode passar mais de seis meses longe da cadeira para qual foi eleito em 2018 com 72% dos votos no segundo turno.
E como o governo interino de Daniela parece não ter feito boas sinalizações ao parlamento, uma das estratégias para Garcia e demais parlamentares do seu grupo darem o troco do que ocorreu na sessão do impeachment seria
justamente de costurar uma antecipação do retorno de Moisés ao governo. É ver pra crer.
Sigilo
O Promotor Thiago Carriço de Oliveira, que atuou o caso da blogueira Mariana Ferrer, requereu ao Poder Judiciário o levantamento do sigilo do vídeo da instrução criminal, a fim de que os órgãos de controle possam ter acesso à integra do ato processual da polêmica audiência que resultou na inocência do empresário André Aranha da denúncia por estupro. O caso ganhou repercussão nacional pelas declarações dadas pelo advogado Claudio Gastão da Rosa Filho, o Gastãozinho, sobre a vida pessoal da blogueira. O MP ainda divulgou que repudia as declarações do advogado.
Recurso destravado
O ministro Gilmar Mendes, do STF, determinou à União que retire a inscrição do Estado de Santa Catarina de cadastros restritivos federais e volte a repassar valores, que somam mais de R$ 77 milhões, para diversos programas
e projetos de implementação de políticas públicas. O estado havia sido qualificado como inadimplente no Cadastro Único de Convênios (Cauc), no Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi) e no Cadastro Informativo de Créditos não Quitados do Setor Público Federal (Cadin) em razão da não inserção, no Sistema de Informações sobre Orçamentos Públicos (Siope), de dados sobre a validação da aplicação de recursos da receita vinculada à manutenção e ao desenvolvimento do ensino referentes ao quinto e ao sexto bimestres de 2019.
União combalida
Adversários políticos históricos, Dário Berger e a família Amin estão unidos na eleição da capital. Por enquanto, a união do PP, com o MDB de Berger não tem rendido frutos muito expressivos. Na última pesquisa a candidata Angela Amin, apoiada pela nova parceria, não está nem perto de chegar ao segundo turno. Se junta a essa união o PSL combalido do governador Carlos Moisés, que também não tem se mostrado um grande cabo eleitoral nessa corrida de 2020. Na Capital, se Angela naufragar, Elson é quem pode acabar indo para o segundo turno.
Irregularidades
Levantamento mais recente em relação aos números da prestação de contas de candidatos nas eleições 2020 mostra indícios de irregularidades que ultrapassam R$ 35 milhões. Essa é a segunda rodada de identificação de
irregularidades, realizado pela Justiça Eleitoral. A maior ocorrência é de doações realizadas por pessoas sem emprego formal registrado, cujos valores somam mais de R$ 21 milhões e envolve 5.362 doadores. Em seguida, aparecem 1.145 doadores com renda incompatível com o valor doado.