segunda-feira, dezembro 9, 2024

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COLUNA SACA ROLHA: Grandes vinhos para o Dia dos Pais

Se você puder bancar a conta, vale celebrar seu pai com uma destas belas espécimes do suco de Baco. São quatro exemplares de grandes rótulos à venda no Brasil.

Rodrigo Leitão
jornalismo@raizesdiario.com.br

FRONT DE LA FIGUERA 2007 –  Um Priorato, que às cegas, sem que soubessem o que estavam bebendo, bateu o top francês Petrus. O detalhe aqui é que quem fez isso foi nada menos que Robert Parker, o maior crítico de vinhos do mundo. Esse vinho é vendido pela Mistral e custa R$ 550. Acho que como presente para o Dia dos Pais (que apreciam vinhos bons!) não há nada melhor em custo-benefício neste momento. Além de beber um excelente vinho espanhol, o seu pai ainda vai poder contar essa história aos amigos dele que vão ficar babando. Essa pérola vem da vinícola espanhola Clos Figueras, da região chamada Priorato. É um vinho com 14,5% de álcool, que você não sente e que confere uma guarda de 15 anos. Ou seja, está no auge até 2022. A Região do Priorato fica na Catalunha, pertinho de Barcelona, só ficou conhecida há 20 anos e é badalada há menos de dez. Hoje, quando se fala em vinho espanhol, no mundo, uma das principais referências é o Priorato, porque lá se faz um vinho muito elegante, com estrutura (isso quer dizer que você toma o vinho e sente as uvas, a acidez e os taninos com muita presença). Sua boca fica literalmente cheia com esse vinho! Aliás, isso é porque os enólogos René Barbier e Christopher Cannan misturam várias uvas da região para obter um vinho bem frutado e que combina com cordeiro e o maravilhos queijo da Serra português. As uvas são Garnacha, Carineña, Syrah e Mourvedre. É um vinho denso, sem ser pesado. Você não fica com a sensação de estar bebendo um vinho forte demais.

COBOS MALBEC 2006 – Eu já conhecia e gosto muito do Cobos Felino Malbec 2007, um vinho de R$ 109, que representa muito bem a produção de Mendoza, na Argentina. Mas, este amo pude degustar uma dádiva: Cobos Malbec 2006. Esse vinho recebeu 99 pontos do crítico Robert Parker e é o mais bem pontuado vinho latinoamericano do momento. Degustei essa pérola acompanhado do enólogo argentino Luis Barraud e do importador Fernando Rodrigues (da Grand Cru), em Brasília. Esse vinho mereceu a expressiva pontuação de Robert Parker é um malbec genuíno, mas com um diferença ousada: tem 16% de graduação alcoólica. Isso é mais álcool que alguns vinhos do Porto. Tem concentração de vinho fortificado, mas é delicadíssimo. Porém, há uma regrinha básica para ele ser degustado sem que fique enjoativo. É preciso retirá-lo a 13 graus de temperatura da adega para que se beba, na taça, a 15 graus, no máximo. Aí você terá um vinho frutado, com madeira arredondando a acidez e taninos muito equilibrados. É um vinho elegante, mas com potência, vai bem tanto com um filé magro quanto com uma picanha uruguaia servida com pupunha grelhada, tomate com ervas finas, batata soté e alecrim. O preço do vinho é que é proibitivo: R$ 1.700, à altura da garrafa, que, vazia, pesa 1,8 kg.

OLD VINES LUCCARELLI PRIMITIVO DI MANDURIA 2006 – Supervinho italiano. Sedoso, acidez equilibradíssima, taninos suaves, um suco de uva. Sedoso, frutadíssimo, uma cor violeta intensa e uma garrafa pesadíssima de 1,6 kg. O acompanhamento foi uma lasanha à bolonhesa. O Luccarelli Primitivo di Manduria 2006 oferece aromas intensos de ameixa e especiarias, sobressaindo o cravo da Índia. Encorpado e redondo é um vinho persistente e de final muito agradável. Embora tenha 14,5% de álcool, apresenta frescor e muito equilíbrio com a fruta e a acidez. Ele é produzido por uma cooperativa de San Giuseppe, que reúne um grupo de pequenos viniticultores no coração da região da Puglia (o calcanhar da bota italiana). A uva Primitivo é a mesma Zinfandel da Califórnia, muitas vezes considerada como uva autóctone dos Estados Unidos, mas que na verdade tem origem na Croácia. Esses vinhos começaram a chegar ao Brasil e, dependo da região, variam de preço entre R$ 140  e R$ 179. Pelo valor, é uma alernativa de excelente custo-benefício aos supertoscanas que, ás vezes, têm mais nome que sabor.

   ORUS 2010 – É o único espumante rosé nature feito no Brasil. Um clássico! Isso quer dizer que não tem açúcar nenhum adicionado à bebida, só o da uva mesmo. A tiragem 2010 tem 612 garrafas e vem com estojo de luxo, por R$ 220 e de papelão, por R$ 170. O Orus é elaborado no mesmo método do Don Perignon, quando ele criou o champanhe e que é conhecido como champenoise ou tradicional. É um espumante leve, suave, sofisticado e se equipara aos melhores champanhes franceses. Uma bebida diferenciada, feita com pinot noir (60%), chardonnay (30% e merlot (10%). Mas eu só recomendo o Orus para quem realmente aprecia espumante. Aquela pessoa que já sabe o que vai beber num patamar mais elevado que 90% da média dos espumantes brasileiros. Estou falando de uma bebida que se fosse feita na França custaria uns R$ 600, R$ 700.

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