Data nacional foi escolhida pelo dia em que a bebida foi oficialmente liberada para a venda no Brasil, há 358 anos, no século 17, em 1661.
Rodrigo Leitão
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O número de apreciadores de cachaça vem crescendo muito e com ajuda de sommeliers que estão ensinando a harmonizar essa bebida com Comida. Isso sem falar nas receitas que usam a aguardente de cana para dar um toque de especiarias em molhos, assados e frituras. Por exemplo, calabresa flambada na cachaça, acompanhada de cebola caramelada é um excelente tira-gosto típico de boteco.
Muitas das linguiças que a gente pede em bons bares por aí, são flambadas em cachaça e é por causa disso que a gente sente aromas e sabores de especiarias, tipo cardamomo (uma especiaria indiana que na verdade é uma variedade de gengibre), nessas receitas. Na verdade, é o efeito da “pinga”.
Hoje é comemorado o Dia Nacional da Cahaça, deveria ser mundial já que somente o Brasil produz essa bebida. Em cada grande país produtor de destilados, um é destaque mundial. Por exemplo, no Estados Unidos bebe-se Bourbom e o mais famoso deles é o Jack Daniels. Na França, a vedete são os conhaques de Bordeaux. Na Inglaterra, o Gim. Nos países do Leste Europeu, a Vodka. Na Espanha os conhaques, na Itália, a graspa. Na América do Sul, o Pisco, no mundo Árabe, o Araque e no oriente, Absinto. Aqui chamamos de Pinga, Águardente, etc.
Em cada um deste países os destilados tem como matéria-prima um cereal distinto: milho, arroz, trigo, cana-de-açúcar, etc. No Caribe, criou-se o primo da Cachaça, também feito de cana-de-açúcar, o Rum.
A data da Cachaça foi criada pelos produtores brasileiros para celebrar o dia em que a Coroa Portuguesa liberou oficialmente a fabricação e venda da bebida no Brasil, fora dos engenhos e fazendas, no comércio das cidades. Isso se deu no século 17, há 358 anos, em 1661.
SOMMELIER
Hoje, esse mercado é gigantesco e já tem profissional especializado para tratar a Cachaça. São os sommelier de cachaça, “cachacistas”, como existem os profissionais similares para cerveja e vinho. Muita gente acha estranho falar em sommelier de cachaça, mas preferem ser chamados de cachacistas. São conhecedores tão profundos que podem te dizer o que estão bebendo, qual a região e até quem fez.
Existe uma sina de que a cachaça é servida como aperitivo, como abridor de apetite, mas já existem cardápios harmonizados com cachaça e carnes, massas, etc… E hoje é dia de desmitificar essa bebida genuinamente brasileira, a mais tradicional, típica e popular que a gente tem.
O Instituto Brasileiro da Cachaça (Ibrac) anunciou recentemente que o Brasil conta hoje com 40 mil produtores de cachaça e 98% deles são micro ou pequenos produtores. Pra se ter uma ideia, a exportação desses produtores atingiu 15,6 milhões de litros de cachaça EM 2018. Quase a totalidade de espumantes produzidos por aqui, cerca de 10% da produção de vinhos e apenas meio por cento da de cervejas. Quem mais compra a nossa cachaça é a Alemanha, seguida dos Estados Unidos, Paraguai, França e Portugal. Minas Gerais é o estado com o maior número de fabricantes, cerca de 40%, segundo dados do Anuário da Cachaça, lançado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Mas o maior exportador é São Paulo, com 49,56% do total de vendas da cachaça brasileira para outros países.
HARMONIZAÇÃO
As harmonizações com cachaça começam a ganhar os cardápios dos bares e restaurantes. Genericamente falando, os pratos mais gordurosos, porque a acidez da bebida e o elevado teor alcoólico vão facilitar a apreciação da gordura, são os mais fáceis de harmonizar. Mas o chef Erasmo Brasil, do Restaurante Pampulha de Brasília, especialista em gastronomia mineira, explica que não há combinação perfeita e nem regras fixas para harmonizar cachaça com comida. Segundo ele, dá para usar aquela regra genérica de que prato mais leve vai pedir cachaça mais leve e comida mais encorpada vai com cachaça mais potente. “Dá até para harmonizar com doce, na sobremesa”, sugere o especialista. “Hoje nós temos cachaça com várias graduações alcoólicas, que variam de 6% a 45% de álcool por litro, sendo que a média e a mais palatável fica na faixa dos 38% a 42%”, informa o cachacista.
Bebida surgiu com o Brasil
A cachaça surgiu praticamente com o Brasil. A bebida começou a ser produzida em meados do século 16, no início do ciclo da cana-de-açúcar. E existem duas versões para o surgimento da cachaça.
A primeira é sobre o suco grosso do melaço da cana que fermentava e gerava teor alcoólico. Esse suco era misturado à ração dos animais, bois e cavalos. Com essa versão, os bichos provaram primeiro. A segunda versão tem a ver com a evaporação do melaço, que formava gotas no teto da senzala. Essas gotas pingavam sobre os escravos e ao provar eles viram que era alcoólico e saboroso. O nome pinga vem daí. E o nome aguardente seria uma referência às gotas de cachaça que caiam do teto sobre as feridas dos escravos, que apanhavam muito dos feitores.
No início da produção e pelos registros históricos sobre hábitos e cultura do século 16, a cachaça surge como “vinho da cana”, apreciado pelos escravos e nativos, empregados de baixo escalão dos engenhos e até índios catequizados.
VEJA QUAL O DRINQUE FEITO COM CACHAÇA
COMBINA MELHOR COM O SEU SIGNO
ÁRIES – Signo dos confiantes e agitados, muitas vezes impulsivos e até impacientes. Gostam de bebidas com atitude e quentes como eles. ‘Capetão’ dos Infernos: cachaça, leite condensado, vodka e conhaque servido no copo americano.
TOURO – Refinados e decididos, trabalham pelo que desejam e têm um ótimo bom senso. Bebidas mais suaves e simples. Caipirinha de vinho: vinho tinto, cachaça, limão, gelo e açúcar a gosto.
GÊMEOS – Reis do social, gostam de um festa e são bastante inteligentes. O ideal é uma bebida relativamente fácil de fazer e que reúna a galera. Hibiscus: cachaça, xarope ou chá concentrado de hibisco e limão siciliano.
CÂNCER – Apegados à família e bastante carinhosos, as pessoas desse signo são mais sensíveis e dedicadas aos relacionamentos. Dão mais valor ao sabor sutil e doce, do que com o teor alcoólico. Coquetel de chocolate: leite condensado, cachaça, leite de coco, essência de rum, creme de leite, chocolate em pó solúvel e açúcar.
LEÃO – Conhecidos pela boa autoestima, os leoninos são bons líderes, carismáticos e determinados. Festeiros, adoram beber e curtem um brilho e atenção. Drinque dos Deuses: cachaça, suco de maracujá e groselha.
VIRGEM – Perfeccionistas, agitados e certinhos, gostam de tudo do jeitinho deles. Gostam de uma bebida com os amigos e dão valor aos drinques tradicionais e bem feitos. Drinque de Acerola: acerolas maduras, açúcar, cachaça e água.
LIBRA – Empáticos, educados e versáteis, se dão bem em todos os lugares e gostam de agradar. Gostam de bebidas equilibradas e harmônicas, com combinações que se complementam. Havana Sunrise: cachaça, suco de morango e leite de coco.
ESCORPIÃO – Do contra, exigentes e sensuais, os escorpianos são intensos e gostam de agir por contra própria. Uma bebida que marca presença é a que faz sucesso com esse signo. Diavolo: drinque com pimenta dedo-de-moça, limão siciliano, cachaça e pimenta calabresa para decoração.
SAGITÁRIO – Intelectuais, cabeça dura e viajantes, gostam de experimentar coisas novas e desafios. Aventureiros, eles curtem bebidas que surpreendentes. Arara Azul: caldo de cana, cachaça, limão e curaçao blue.
CAPRICÓRNIO – Trabalhadores incansáveis, são prudentes e raramente saem das estribeiras. Admiram a tradição, então, quanto mais tradicional, melhor. Caipirinha de limão: cachaça, limão, açúcar e gelo.
AQUÁRIO – Diferentões do zodíaco, gostam de mudanças e se adaptam a todas as situações. Bebidas exóticas e imprevisíveis são as que agradam mais os aquarianos. Açaí com laranja: laranja, polpa de açaí, gelo e cachaça.
PEIXES – Sonhadores e românticos, conhecidos como o signo mais sensível e artístico. Gostam do que é feito com delicadeza, e doces é um dos fortes. Bombeirinho: groselha, suco de limão e cachaça.
NÚMEROS DA CACHAÇA
- 40.000 produtores no Brasil
- 98% de pequenos e micro-empresários
- 600 mil empregos diretos e indiretos
- 11,5 litros de consumo de cachaça por ano por habitante
- 7,5 bilhões de reais de movimento anual em sua cadeia produtiva
- 4.000 marcas de cachaça disputam mercado no Brasil
- Exporta cerca de 1% de sua produção anual
- 50% das Exportações é de cachaça a granel
- 70% da produção brasileira é de cachaça de coluna ou industrial e 30% de cachaça de alambique
- Mercado informal: ainda elevado em algumas regiões o que elevaria a nossa produção para algo em torno de 2 bilhões de litros/ano
- 3º Destilado mais consumido no mundo
- 87% do market share dos mercado de destilados no Brasil
- Bebida nacional do Brasil por Decreto Federal
- Patrimônio Cultural de Minas Gerais por Lei Estadual
- Patrimônio Histórico e Cultural do Rio de Janeiro por Lei
- 70% do consumo de cachaça é realizado em bares e restaurantes e 30% nos demais pontos de vendas
- Produto que mais tem “a cara brasileira”, segundo pesquisa do Centro de Indústrias de São Paulo
- Única bebida, na atualidade, capaz de ter um boom no mercado internacional
Fonte: CBRC- Centro Brasileiro de Referência da Cachaça. Dados 2019