Rodrigo Leitão
Na noite de réveillon, temos no cardápio carne de porco, cordeiro, peixes, frutos do mar e bacalhau. Essa é a base da ceia. Então, o melhor é seguir nas bolhinhas do início ao fim. E aí, o mais fácil é comprar espumante brut, que combina com tudo. Mas se você quiser experimentar sem ter grandes surpresas, a não ser a do sabor muito agradável, pode experimentar espumantes feitos somente à base de uva Pinot Noir ou então só de Chardonnay.
O champanhe tradicional é feito com 60% de Chardonnay e 40% de Pinot Noir. Essa é a fórmula genérica. Alguns produtores fogem um pouco disso, principalmente na Espanha e na Itália, onde eles usam suas uvas próprias como é o caso da cava espanhola, feita com base na uva Macabeu e do Prosseco italiano, que usa a uva chamada Prosseco que dá nome à bebida. Aqui no Brasil se usa a fórmula francesa, na maioria dos casos. Mas em Tangará, Celso Panceri elaborou um dos melhores brut champenoise que conheço, apenas com uva Sauvignon Blanc, 100% blamc de blanc.
Você também pode optar pelo brut rosé para o bacalhau e comer pernil de cordeiro e lombo de porco com a mesma bebida. Mas, se preferir, não há problema em ficar somente no brut. Os dois vão combinar muito bem, assim como os vinhos rosés e os brancos da uva Chardonnay, com exceção do cordeiro e do leitão à pururuca que não combinam com essa uva branca. Nesse caso, é melhor o rosé se você quiser variar um pouco.
Para a sobremesa você continua no espumante, mas deve mudar a categoria. Aí pode ser moscatel ou démi sec. Os dois são doces e vão compor muito bem para fechar a noite. Eu vou brindar com Brut Rosé Adolfo Lona (foto), que considero o melhor do estilo no Brasil e tem preço acessível: R$ 49.
ENTENDA AS DIFERENÇAS:
Champanhe – É somente a bebida feita na França, na região de Champanhe, cuja a principal cidade é Reims.
Espumante – É o nome que se dá a bebida feita igualzinha à champanhe no Novo Mundo: Brasil, EUA, Argentina, África do Sul, Austrália e Nova Zelândia, etc.
Cava – É a champanhe espanhola, feita na região de Penedés, perto de Barcelona, utilizando principalmente a uva Macabeo. O espumante mais vendido em todo o mundo não é o champanhe e sim a cava espanhola.
Prosseco – É o nome de um espumante feito na Itália, principalmente na região do Veneto, onde ficam as cidades de Verona e Veneza.
Brut – É o champanhe ou espumante que tem uma pequena quantidade de açúcar natural, geralmente é mais seco.
Démi sec – É mais doce, tem um maior percentual de açúcar e muitas vezes tem açúcar adicionado à bebida.
Nature ou extra-brut – Esses são praticamente sem açúcar e muito secos. São os meus preferidos.
Rosés – São feitos com parte de uvas tintas com a casca ficando um breve tempo em contato com o suco da uva, o suficiente para colorir a bebida. Alguns usam Merlot também para fazer os espumantes rosés, mas geralmente a predominância é da uva Pinot Noir.
Perlage – São as bolinhas, o gás carbônico da segunda fermentação do vinho, que é feita na garrafa. Pelo perlage, é possível identifica a qualidade de um espumante. Quanto mais bolinhas tiver, mais finas elas forem e mais tempo elas persistirem subindo dentro da taça, melhor é o espumante.
FELIZ ANO NOVO !!!!!!!!!