Projeção do Centro Internacional de Estudos do Esporte foi feita por análise da performance dos jogadores convocados em 2017 para o Mundial da Rússia e ignorou Neymar na Seleção Brasileira
O Centro Internacional de Estudos do Esporte (CIES) divulgou uma projeção sobre os resultados da próxima Copa do Mundo em que põe o Brasil como vice e a Espanha campeã em 2018, na Rússia. Para se chegar ao palpite, foram levados em consideração a atuação dos 23 jogadores mais convocados de cada time desde julho de 2017, seus desempenhos pelos respectivos clubes e minutos em campo para definir uma linha de favoritismo. “Nós nos baseamos nos jogadores que disputaram as partidas durante as eliminatórias. Nós olhamos se jogam nos clubes e em qual estão atualmente. Com isso, construímos um indicador que nos permite avaliar como estão as equipes envolvidas na competição. Nesse levantamento, o Brasil está indo muito bem para a Copa, em segundo lugar, atrás da Espanha”, disse Roger Besson, pesquisador do CIES.
A lesão de Neymar e sua ausência dos campos pesou no estudo. Parado desde o fim de fevereiro, o craque deve voltar aos campos em maio, ainda que não esteja certo se a tempo de participar dos últimos compromissos do Paris Saint-Germain na temporada. “Claro que levamos em conta a porcentagem de tempo de jogo, e Neymar não joga mais faz um ou dois meses. Obviamente, isso faz baixar porque ele jogava todas as partidas e tinha um tempo enorme de jogo pelo seu clube na primeira parte da temporada. E depois ele não jogou mais. Fez uma pequena diferença, mas não suficiente para ultrapassar a Espanha”, justificou o pesquisador.
Campeã em 2014, a Alemanha terminaria em quarto lugar, segundo a projeção, atrás da França. As outras seleções que chegariam até as quartas seriam Inglaterra, Bélgica, Argentina e Croácia. Portugal e Suíça iriam parar nas oitavas, assim como anfitriã Rússia, Polônia e Sérvia. As outras 16 seleções não passariam da primeira fase. O pior desempenho seria do Panamá. “Todos os jogadores que fazem parte dos 23 mais utilizados durante as eliminatórias jogam em grandes clubes e são regularmente colocados em campo. É muito difícil achar um jogador que não siga esse perfil. O Brasil também tem um excelente elenco, assim como outras grandes nações. Tem a França, a Alemanha… Nós encontramos sempre os mesmos países, mas com base nesses indicadores, mas com bases comparáveis com as equipes emergentes”, explicou Roger Besson.
O CIES é um centro de estudos independente localizado em Neuchâtel, na Suíça. Criado em 1995 como uma joint venture entre a Fifa, universidade e governo da região. O Master da entidade que organiza o futebol mundial, inclusive, é ministrado na instituição. “O que é interessante é ter a capacidade de ter um olhar externo, sem muita influência, analisar as questões e dividir. Sem dizer que vamos mudar o mundo do futebol, é sempre interessante ver as pessoa ligadas ao observatório, através de dirigentes, treinadores, que reconhecem o nosso trabalho e dizem que o que fazemos aqui permite tomadas de decisão, novas reflexões sobre o esporte”, disse o pesquisador Loic Ravenel a respeito do papel do CIES no mundo do futebol atualmente.