sexta-feira, dezembro 13, 2024

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GRANDE CÍRCULO

Tinga chora ao lembrar infância e se diverte com pênalti contra o Corinthians. Bicampeão da Libertadores pelo Inter é o convidado de setembro. Entrevista foi ao ar pelo Esporte Espetacular, neste domingo.

Paulo César Tinga é o convidado deste mês no “Grande Círculo”. O ex-jogador, bicampeão da Libertadores pelo Inter e muito marcante também nas histórias de Grêmio, Cruzeiro e Borussia Dortmund, falou bastante sobre racismo no futebol – ele virou um porta-voz da luta contra o preconceito após ser vítima de injúrias raciais em campo.

A conversa foi ao ar na noite de sábado, depois do Troca de Passes, no SporTV e também no Esporte Espetacular, da TV Globo, na manhã de domingo.

Na entrevista, Tinga relembra os episódios de racismo que sofreu em campo e diz que o pior preconceito que já sentiu esteve no olhar das pessoas, não em xingamentos. O ex-atleta chorou ao lembrar da infância (confira no vídeo acima).

“Eu tinha tudo para dar errado. Eu venci uma boa parte na vida, que foi no futebol, e quero seguir vencendo. Meu vencer, hoje, é mostrar pras pessoas que é possível, cara. Às veres, estamos discutindo coisas que não vão nos levar a lugar nenhum. A gente chegou nesse lugar sem nada e vai sair daqui sem nada. Vamos pensar um pouco mais nas coisas que estão acontecendo ao nosso redor, cara”.

EXPULSÃO
Mas o programa também teve problemas divertidos. Tinga riu ao lembrar do reencontro com Márcio Resende de Freitas, o árbitro que não marcou o pênalti sobre ele (e ainda o expulsou) no famoso Campeonato Brasileiro de 2005, conquistado pelo Corinthians. Tinga acredita que aquele episódio acabou fortalecendo o Inter para o título da Libertadores no ano seguinte.

“Se fosse campeão, a chance de jogar a toalha no outro ano era grande. Os corintianos às vezes brincam comigo, e eu digo: “Cara, eu te agradeço, tu me deu uma Libertadores e deu um Mundial pro Inter”.

ABRAÇO
“Ele (Márcio Resende) era meu vizinho de condomínio em Belo Horizonte. A gente ia no mesmo restaurante, e eu dizia pro pessoal: “Fala que eu vou pegar ele”. Aí fui ver ele dois anos depois de estar em Belo Horizonte. Um dia, cheguei nesse restaurante, ele abriu uns olhões, e fui lá e dei um abraço nele. Ele falou: “Pô, o pessoal falou que tu queria me pegar”. E eu: “Pegar o quê, rapaz? Tu me deu uma Libertadores, deu o Mundial pro Inter”.

O programa, comandado por Milton Leite, teve a participação do comentarista Walter Casagrande Jr., dos jornalistas Alexandre Alliatti, Diogo Olivier, Flávia Oliveira e Maurício Noriega e de Marcelo Carvalho, coordenador do projeto “Observatório do racismo”.

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