quarta-feira, maio 1, 2024

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PANAMERICANO: Brasileiros no pódio do amor em Lima


Os casais Talisca e Netinho, prata e ouro, Raiany e Ícaro, bronze e prata, ajudaram o taekwondo brasileiro a bater o recorde de medalhas conquistadas em uma edição do Pan

Ícaro Miguel estava em um momento crucial da carreira. Ele estava voltando a perder novamente a visão do olho direito. Aquele mesmo que, em um acidente doméstico na infância, havia queimado a córnea, a retina e o nervo óptico. Aos poucos, o mineiro recuperou 90% do que enxergava. Mas o pesadelo voltava, enquanto a visão sumia. Para um promissor atleta de taekwondo, lutar como um pirata de tapa-olho poderia ser o fim. Surgiu a ideia de treinar corpo e mente tapando o olho que estava 100%. Em meio à visão que mais parecia uma imagem dentro de uma sauna, surgiu a adversária perfeita para s treinamentos: a própria namorada. Foi com Raiany Fidelis, também mineira, também atleta do taekwondo, que a nova habilidade se desenvolveu. A persistência de Ícaro e a resiliência de Raiany deram frutos. Dois. Uma prata e um bronze germinaram no pódio do Pan de Lima, nesta segunda-feira, no peito do casal, sobre seus corações apaixonados.

“A gente tem uma conexão muito grande. Ela está me ajudando em vários sentidos há muito anos. Essas medalhas são uma felicidade imensa para nós”, disse Ícaro, que hoje calcula que possui cerca de 10% da visão do olho direito.

NO ALTAR

A história de amor entre eles já dura cinco anos. E deve durar mais alguns ciclos olímpicos se depender do casal. Após as medalhas nos Jogos Pan-Americanos, a meta de ambos é a classificação para os Jogos Olímpicos de 2020. Quem sabe, em Tóquio, além de subir ao pódio eles já oficializam o pedido para subirem no altar.

“Vamos esperar os Jogos Olímpicos. Temos pretensões de casar, sim, formar uma família, afinal já são cinco anos juntos. E estamos na mesma caminhada, buscando uma vaga Olímpica. Quem sabe lá na Olimpíada aconteça o pedido”, afirmou Ícaro.

 

Um dito popular é derrubado por esse lutadores: sorte no jogo, azar no amor. A prova contrária é que a campanha histórica do taekwondo brasileiro neste Pan de Lima, com sete medalhas em oito possíveis (dois ouros, duas pratas e três bronzes) teve participação decisiva de outro casal de namorados: Edival Netinho Marques e Talisca Reis. Ele, ouro. Ela, prata.

DECLARAÇÃO
“São mais de 3 anos juntos, lutando e buscando o mesmo objetivo. Aguentando todos os dias duros de treinamentos, competições e desafios. Conseguimos mais um bom resultado pelo Brasil. Eu, a prata, e você, o ouro, (estou) muito feliz pela sua conquista e que continuemos assim, juntos e buscando sempre os melhores resultados”, declarou-se Talisca nas redes sociais.

Netinho até brincou que achava a medalha de prata mais bonita que a de ouro. Um encanto com o reflexo da própria namorada na medalha, que ela conquistou um dia antes que a dele. E, por isso, rendeu uma promessa para a fã-medalhista.

“Eu escuto muito os gritos vindos da arquibancada, mas não sei de quem é. Eu também fico muito agoniado assistindo as lutas dela. Então, quando fui lutar, eu pensei: que tenho que dar uma acalmada no coração dela. A gente veio com a intensão de dois ouros, mas ela perdeu o dela. Então eu tinha que conquistar essa para a gente”, revelou Netinho.

Se essa não é a maior declaração de amor que alguém pode dar logo ao descer de um pódio, melhor aguardar os Jogos Olímpicos de Tóquio para saber o que esses casais ainda podem fazer.

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