quarta-feira, maio 1, 2024

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Rota 2030 vai mudar o carro brasileiro

  Novo regime de produção determinado pelo governo federal oferece incentivos fiscais para que as marcas atinjam metas de eficiência energética e de investimentos em novos carros no Brasil. O objetivo é tornar os veículos oferecidos no País mais modernos, seguros, econômicos e tecnológicos

Rodrigo Leitão
jornalismo@raizesdiario.com.br

Programa do setor automotivo aprovado pelo Governo Federal, por Medida Provisória, vai tornar o carro brasileiro mais competitivo no mercado internacional e elevar o padrão de produção dos carros fabricados por aqui. O Rota 2030 será detalhado ao mercado e ao público consumidor no início de agosto e tem de ser aprovado pelo Congresso até 16 de dezembro para entrar em vigor em 2019. Mas já é possível listar alguns pontos que serão obrigatórios na produção automotiva do país até o ano de 2030.

Segundo a Medida Provisória, editada no início deste mês, as transformações vão cobrir um período de 15 anos, com finalização da adaptação à obrigatoriedade das mudanças em 2032. Entre elas estão o banco Isofix (Sistema mais seguro e prático para a fixação de cadeirinhas no banco traseiro), cinto de segurança de três pontas para os bancos traseiros do meio, encosto para a cabeça nos bancos de trás (em todos os veículos), além do controle de tração e o ESP para as rodas. Esses dois recursos são alguns dos mais modernos para a segurança dos veículos, pois mantêm a direção traçada pelo motorista e evitam perda de estabilidade e rota do carro.

SALTO
Alguns itens ainda estão em estudos, como sistema para amenizar impacto do capô com pedestres; faróis DLR (luzes de circulação diurna, que permanecem acesas mesmo quando os faróis ou lanternas estão desligados); frenagem de emergência e leitor de faixas (que vai denunciar veículos infratores). Segundo o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Antonio Megale, “o decreto representa um grande salto para o carro brasileiro. Ele avançará em termos de segurança, redução do consumo de combustível e, consequentemente, dos índices de poluição.”

CICLOS
O Rota 2030 será dividido em cinco ciclos. O primeiro vai de 2019 a 2023. Nesta fase, as montadoras deverão melhorar em 11% a eficiência energética (medida em MJ/km) de seus carros, segundo a Anfavea. Depois, serão definidos novos patamares. Esse quesito está diretamente relacionado ao consumo de combustível. A média será aferida por empresa. Um carro com consumo acima do padrão poderá ter o mau resultado compensado por outro, mais eficiente, da mesma montadora.

ELÉTRICOS
Os elétricos Chevrolet Bolt e Nissan Leaf, por exemplo, já estão confirmados para o País. A Toyota prepara um Prius híbrido cujo motor a combustão é movido a etanol.

De acordo com Megale, o compromisso de reduzir o consumo de combustível vai obrigar as montadoras a investir em novas tecnologias. “É o caso de aços de melhor qualidade, para reduzir peso, e evolução na aerodinâmica”, explica o executivo.

SEGURANÇA
Para o presidente da Anfavea, o “pulo do gato” do Rota 2030, na comparação com o Inovar-Auto, extinto em 2017, está nas exigências extras de segurança veicular. Vários sistemas feitos para deixar o automóvel mais seguro passarão a ser obrigatórios. A implementação será gradual, a cada ciclo de cinco anos.

Alguns já estão confirmados. Até 2022, todo carro vendido no Brasil deverá ter controles de estabilidade e tração. Os novos projetos serão obrigados a trazer esses item a partir de 2020. “A curto prazo, haverá também obrigatoriedade de Isofix (para fixação de assentos infantis), encosto central no banco traseiro e cinto de segurança de três pontos para o passageiro do meio”, explica Megale.

 

O QUE ESTÁ EM DISCUSSÃO

COP 21 – Na conferência das Nações Unidas sobre mudanças climáticas realizada em 2015, em Paris, o Brasil assumiu compromisso de reduzir em 43% suas emissões de poluentes até 2030. Isso na comparação com 2005. A indústria automobilística é o único setor que já tem um plano definido para contribuir com essa meta. O objetivo deverá ser cumprido;

Pesquisa e desenvolvimento – O desconto adicional no Imposto de Renda para empresas que fizerem investimentos estratégicos será de 15%, segundo uma fonte de mercado;

Crash test – O investimento em pesquisa e desenvolvimento previsto no programa pode ajudar na criação de laboratórios independentes para realização dos testes de colisão, que o Brasil ainda não tem. Esses ensaios podem ficar a cargo de um instituto como o Inmetro, por exemplo, na opinião do presidente da Anfavea;

Investimentos estratégicos – São os realizados para desenvolver manufatura avançada (4.0), conectividade, novas tecnologias de propulsão, nanotecnologia, inteligência artificial e carros autônomos, entre outros sistemas inovadores;

Híbridos e elétricos – Esses modelos, que tinham 25% de IPI, passarão a ter entre 7% e 18%. A alíquota será definida conforme a eficiência energética do veículo; quanto maior, menor será o imposto a pagar.

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