O clima de tensão estava presente desde as primeiras horas da manhã desta quarta-feira, 4, na Praça Tancredo Neves, em frente ao Palácio Barriga Verde, sede do Parlamento catarinense. À medida que a tarde avançou, o espaço ficou lotado de servidores estaduais, sobretudo policiais civis, insatisfeitos com os termos do projeto da Reforma da Previdência encaminhado pelo Governo do Estado. Por volta das 14h o clima esquentou com a tentativa de invasão do prédio, impedida por ação da Polícia Militar, com uso de spray de pimenta.
Passado os momentos nervosos, os ânimos se acalmaram do lado de fora e, principalmente, no interior da Alesc, onde, tanto a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 5/2021 quanto o Projeto de Lei Complementar 10/2021 foram aprovados sem problemas, com mais de 30 votos favoráveis.
A maior indignação em relação à Reforma vem dos servidores da Segurança Pública, especialmente os policiais civis. A demanda da classe é a equivalência de tratamento aos policiais militares, que estão fora da Reforma por conta de lei federal, estabelecida quando da discussão da Reforma da Previdência em nível nacional. A emenda que atendia o pleito dos civis não foi acatada, reforçando a insatisfação. Outro ponto de desacordo é a taxação de 14% aos aposentados que ganham entre R$ 1.100 e R$ 6.400. A diferença é que esses não têm força de mobilização e a queixa ficou por conta de parlamentares sensíveis ao problema.
Para minimizar o impacto, o governo deve enviar Projeto de Lei (PL) que garanta aumento de remuneração, a fim de acalmar os ânimos. Mesmo com este movimento, a insatisfação é grande e ficou clara nas manifestações dos servidores ao final da sessão da Alesc. As ruas da Capital voltaram a viver clima de tensão, que só não se traduziu em atos de violência novamente por intervenção da Polícia Militar.
(Fonte Coluna Pelo Estado)