Rodrigo Leitão
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Essa é uma afirmação polêmica que acaba de ganhar mais um reforço internacional. Os cientistas suecos Bjorn Karlsson e Ran Friedman, químicos da Universidade de Linnaeus, jogaram mais água nessa conversa. Eles acabam de divulgar um estudo no qual defendem que a água misturada ao tradicional “scoth” realça todos os seus aromas e sabores. Segundo eles, o sabor do uísque é potencializado quando diluído com água. Essa prática já é utilizada há muito tempo nas avaliações profissionais e em degustações de especialistas, mas a novidade é o modelo criado pelos químicos da Suécia, por método computadorizado, que possibilita observar as interações entre água, etanol e o “guaiacol” – um composto orgânico existente nos barris de carvalho onde o uísque é envelhecido e que dá à bebida o seu sabor característico.
Karlsson e Friedman afirmam que quando a bebida tem uma porcentagem de álcool igual ou superior a 40%, as moléculas de guaiacol tendem a ficar no líquido. A pesquisa mostrou que aos diluir o álcool no uísque de 45% para 27%, eleva a densidade de guaiacol na superfície em mais de um terço. Quando esse percentual atinge 25% as moléculas atingem a superfície do líquido e revelam o aroma esfumaçado e o sabor do uísque.
Na opinião dos pesquisadores, isso ocorre porque os fabricantes querem evitar o risco de que os compostos que dão sabor à bebida escapem pelo topo da garrafa e sejam perdidos quando abertos.
Como os fabricantes não misturam água à bebida antes do engarrafamento, para evitar uma degeneração da bebida, devido ao risco de uma oxidação, pelo tempo de armazenamento, Bjorn Karlsson diz que a experiência de provar a bebida com água vai do interesse do consumidor. “A maneira como experimentamos sabor e aroma é muito individual”, pondera o cientista. “Algumas pessoas preferem colocar gelo para resfriá-lo e dar um sabor mais suave. É por isso que não há uma resposta genérica sobre o quanto adicionar para torná-lo melhor”, finaliza o pesquisador.
COMO ADICIONAR ÁGUA AO WHISKY
Prova de uísques no barril – O uísque no barril encontra-se no seu estado puro e a adição de água fria ou gelo (um ou dois cubos) nos uísques que têm mais de 50% de volume de álcool facilita e beneficia a sua ingestão. Ao adicionar água fria ou uma ou duas pedras de gelo, os sabores e os aromas que possam estar perdidos começam a emergir, o que faz com que a queima do álcool fique menos perceptível. Nesta categoria, o Bourbon de Booker e Ardbeg são os uísques que melhor combinam com um jato de água fria. Se, por outro lado, optar por adicionar um cubo de gelo, deve esperar alguns minutos para que o uísque e gelo possam aquecer um pouco antes de apreciar. Os cubos de gelo apertam o uísque por um curto período de tempo e, à medida que o gelo vai derretendo, os sabores mais escondidos que estão contidos num uísque são revelados.
Prova de uísques com um volume de álcool entre os 45% e 50% – Na degustação destes uísques existe quem defenda que devem ser reforçados com água ou gelo e outros que criticam a sua utilização. Os que defendem a adição de água ou gelo acreditam que um pouco de água ou gelo ajuda a reduzir o ardor do álcool, permitindo-lhes detectar algumas nuances subtis no espírito do uísque. Por outro lado, outros consideram que a adição de água ou gelo pode fazer com que o espírito do uísque fique mais fino e isso faz com que o seu paladar seja mais aguado. A melhor maneira de determinar o método que se aplica a si é o da experimentação, onde conhecerá o sabor certo e o errado.
Prova de uísques com 40% de volume de álcool- A prova deste tipo de uísques, como o Jack Daniels, é, por norma, apreciada sem qualquer tipo de água ou gelo. Um uísque com 40% de volume de álcool já foi cortado na destilaria e pode não precisar de mais água ou gelo. Em todo o caso, o paladar será sempre o elemento final dessa decisão e se preferir beber o seu uísque com gelo é livre de fazê-lo.
TIPOS DE WHYSKY
WHISKY ESCOCÊS – Um Whisky Escocês deve ser feito com cevada ou grãos maltados e deve ser envelhecido em barris de carvalho de até 700 litros por no mínimo três anos. Todos os tipos de whisky são fabricados em todo o mundo, porém para ser chamado de Whisky Escocês deve ser totalmente feito na Escócia.
WHISKY SINGLE MALT – Esse é um whisky de uma única destilaria feito usando uma cevada maltada, água e levedura. Tradicionalmente, os Whiskies Single Malt provém de cinco regiões: Lowland, Highland, Speyside, Island e Campbelltown. Essa diferentes regiões são famosas pelas suas características específicas tais como frutas, frescor, malte e defumado.
WHISKY DE GRÃO – Esse é um tipo de whisky cujo principal ingrediente é o milho ou trigo, ou ambos.
BLENDED SCOTCH WHISKY – Um Blended Scotch Whisky é feito a partir da mistura de vários whiskies de malte único e whiskies de grão. A vantagem da mistura é garantir o sabor e a qualidade do whisky que continuará igual com o passar do tempo. A idade declarada de um Blended Scoth Whisky se refere ao whisky mais jovem utilizado na mistura.
WHISKEY IRLANDÊS – É qualquer whisky feito em Eire (República da Irlanda) ou na Irlanda do Norte. Diferente do Scotch, quaisquer grãos de cereais maltados podem ser usados em qualquer proporção. Como o Scotch, deve ser envelhecido em barris de madeira por um mínimo de três anos.
WHISKY JAPONÊS – O whisky Japonês é comumente feito da mesma forma do Whisky Escocês. Tem sido fabricado desde 1920, entretanto apenas ficou amplamente disponível fora do Japão na última década.
Fontes: http://uisques.com e www.johnniewalker.com