domingo, outubro 5, 2025

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Altas Habilidades na sala de aula: quando o talento encontra barreiras

Elas aprendem mais rápido, têm interesses profundos e criatividade fora do comum. As chamadas crianças com Altas Habilidades (AH) ou superdotadas representam cerca de 5% da população escolar, segundo estimativas do Ministério da Educação. Ainda assim, muitas seguem invisíveis no sistema educacional.
A identificação precoce é fundamental, mas ainda é rara. Isso faz com que muitas dessas crianças sejam vistas como desatentas, agitadas ou desinteressadas, quando, na verdade, precisam de estímulos diferenciados. Neste processo, lembra a orientadora familiar, terapeuta de casal e família, Fabiana Ribas, a criança ou adolescente passa a questionar tudo, o que gera cansaço, ansiedade, impaciência e até distanciamento social. “Validar a curiosidade é bom, mas também é fundamental que os pais e a escola estejam presentes, acolhendo e oportunizando ações, atividades que possam auxiliar neste caminho”, reforça.

Atentos aos sentimentos

Na escola, esse processo é ainda mais delicado. Muitos interesses das crianças com AH não são os mesmos das outras crianças da mesma idade, o que pode gerar solidão e distanciamento social. Fabiana orienta que, nesses momentos, pais e professores incentivem atividades em grupos que exerçam a criatividade, sempre com uma linguagem acessível e fácil de assimilar. “Buscar atividades extracurriculares também é o caminho para estimulá-los a encontrar pessoas com sentimentos semelhantes”, frisa.

Situações na sala de aula, como ser mais rápida em realizar as atividades ou ainda precisar ajuda pode gerar uma interpretação equivocada. Essa distância entre o ritmo da criança e o ritmo da escola muitas vezes gera frustração tanto para os alunos quanto para os pais, que sentem que seus filhos não estão sendo compreendidos. É nesse ponto que o diálogo entre família e escola se torna fundamental.

“Quando os pais compartilham informações, trocam percepções e oferecem sugestões de atividades que mantêm o filho estimulado, a escola passa a enxergar não apenas os desafios, mas também as possibilidades. Mais do que apontar dificuldades, a parceria precisa ser construída no acolhimento e no reconhecimento do papel de cada lado”, reforça Fabiana.

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