quarta-feira, fevereiro 19, 2025

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Artigo: Voz de Mãe que chama

Por Jaime Telles

Silente e pontual, o calendário aponta outro feriado prolongado a brincar com a agenda do povo. Seguimos então, ofegantes por de traz da incômoda máscara. Sorrisos escondidos também disfarçam o medo inevitável de aspirar a partícula do mal que vagueia pelas térmicas oscilantes.

Na palma da mão, mídias e aplicativos disputam nossa atenção com tudo mais que possa ser realmente importante. Do lado de cá da pequena tela o mundo real, palpável e desafiante como sempre.

Em meio a obrigações e anseios, redefinimos compromissos e encontramos brecha para algum lazer ou redobradas tarefas, aproveitando o tempo possível.

O ressoar solene de velho sino no alto do campanário faz lembrar que o mesmo tempo precisa de espaço para o além. Almas apressadas e atabalhoadas pelos desafios hodiernos volvem olhares devotados na direção de alguma crença. É a busca pela completude que a matéria não contempla. Sim, o etéreo nos atrai, feito chamado especial, dotado de autoridade paternal, digno do curvar da espinha de todo e qualquer, desde a ponta fina da plebe, até as poltronas macias dos altos escalões humanos.

O doce tom feminino da voz que chama, acampa sereno no aturdido subconsciente, que, num instante, experimenta indizível refrigério.

A voz tem nome. Palavra rica em beleza e conteúdo. Cinco letras em branda combinação de amor e mansidão.

Urge sim, o tempo. Mas há sempre algum, para parar e refletir sob o manto sagrado daquela que é Mãe e protetora. Não é por menos que de norte a sul a temos por padroeira.

Que seja então, um bom feriado para todos os filhos de Maria.

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