Alargamento do horário de funcionamento do comércio, bares e restaurantes e as confraternizações do Dia das Mães são apontados como principais causas de novo período de infecção e mortes. Previsão é de que haja um surto entre junho e julho.
Rodrigo Leitão
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O Conselho de Secretários de Saúde do Estado de Santa Catarina alertou ao titular da Pasta, André Mota Ribeiro, que os meses de junho e julho podem repetir, até com maior fúria, a quantidade de casos e de mortes por Covid-19 no estado. As autoridades sanitárias de SC consideram que o alargamento do horário de funcionamento de bares e restaurantes e também do comércio varejista, aliado às reuniões e aglomerações promovidas no Dia das Mães, são os fatores de risco que deverão desencadear uma terceira onda da pandemia.
A região Meio-Oeste, especialmente a microrregião de Videira, é a que mais preocupa o secretário de Saúde, André Mota Ribeiro. Segundo ele, os técnicos da Saúde apontam a adoção do chamado tratamento precoce, que até o momento não demonstrou nenhuma eficácia no combate à doença, como uma grande ameaça para o comportamento da população daquela região. “Estão muito agarrados a esse tratamento, situação que provoca essas dificuldades. Eles têm utilizado apenas isso como estratégia. Se assumem essa responsabilidade, que pelo menos também estimulem o distanciamento social, que cumpram com os protocolos de segurança”, alerta o secretário.
De acordo com os números divulgados pela Secretaria de Saúde de SC, o estado em está em um platô que não baixa há três semanas, o que dificulta impedir o alastramento do vírus, principalmente a variante brasileira P1. “É uma estabilidade elevada”, diagnosticou Clésio Salvaro, prefeito de Criciúma.
As autoridades sanitárias do estado admitem que novas restrições tornam-se instrumento impraticável em muitos casos. Por isso a solicitação do secretário estadual é de que os municípios intensifiquem a fiscalização junto com órgãos estaduais como a polícia militar.
André Mota Ribeiro tem demonstrado grande preocupação com uma possível terceira onda de Covid-19, que poderá atingir o estado consideravelmente. “Acho que pode ter um impacto tão grande quanto a segunda onda”, afirma o secretário de Saúde de Santa Catarina. Ao analisar os números da pandemia em SC, Ribeiro disse que há vários sinais de que Santa Catarina entrará em mais uma onda da doença.
O secretário de Saúde cita, ainda, o platô no número de casos ativos, estabilizado na média de 19 mil desde o mês passado. De acordo com ele, entre a primeira e segunda onda, a média de casos ativos era de 6 mil. “Além disso, também há a necessidade de oferta de UTI, já que a média de uso está entre 90% e 94%”, disse o secretário, nesta quinta-feira.