por Aristides Cimadon, reitor da Unoesc.
Joaçaba chega aos seus 104 anos de emancipação. Uma trajetória jovem, ainda, se comparada àquelas cidades construídas nos primórdios do descobrimento do Brasil. Todavia, apesar de muito jovem, há nela um conjunto de fatos que a coloca num dos locais mais especiais para se viver. Como diz seu hino:
“O meu nome é Joaçaba
Sou alegre e hospitaleira
Tenho amor que não se acaba.”
Há uma diferença conceitual entre crescimento e desenvolvimento. A primeira categoria, refere-se à quantidade. Isto é, crescimento se refere, essencialmente, às transformações progressivas de cunho quantitativo, seja populacional, econômico, empresarial, educacional ou de tantas outras áreas ou categorias. Nesse aspecto, podemos dizer que Joaçaba não se destacou, ao longo de sua história, como inúmeras cidades do Estado. A estrada de ferro, sobretudo em meados do século passado, deu um impulso enorme às cidades do Vale do Rio do Peixe. Mas, com sua extinção, todas as cidades desse lindo vale, murcharam quanto ao seu crescimento. Além disso, a divisão política separatista de Joaçaba, Herval d’Oeste e Luzerna, na minha visão, é um dos principais motivos do parco crescimento.
Por outro lado, o significado de desenvolvimento está direcionado à qualidade, à situação de plenitude, de bem viver, de completude. É evidente que o desenvolvimento tem relação direta com o crescimento. Porém, numa análise modesta e simples, pode-se observar que Joaçaba, chega aos seus 104 anos, muito desenvolvida como cidade, como município e, sobretudo, como qualidade de suas instituições, organizações e de sua gente.
Não há cidade no mundo com 30 mil habitantes que seja sede de uma Universidade que, em seu todo, possui mais de 20 mil estudantes. Possui uma invejável condição de atendimento à saúde e à educação, graças à Fundação da Universidade do Oeste de Santa Catarina – Funoesc. Precisa melhorar muito em sua estrutura física viária. Falta-nos um centro educacional de qualidade para a educação básica e, principalmente, uma arena esportiva que garanta, aos jovens e à população em geral, a prática de todos os tipos de desporto.
Vivemos um tempo triste e sofrido, esmagados pela pandemia da Covid-19. Este momento nos impele para a busca incessante da inovação, como uma atitude de sobrevivência, de crescimento e, especialmente, de desenvolvimento. Inovar não significa criar coisas mirabolantes, mas encontrar modos renovados, diferentes e modificados de fazer as coisas, em todos os ramos da vida.
Então, na passagem dos 104 anos de nossa querida Joaçaba, acolhedora, solidária, aconchegante e crítica, fica um apelo aos nossos líderes, ao poder público, à indústria e ao comércio, à saúde e à educação, em todos as áreas da vida, para que se atentem à inovação. É preciso fazer diferente para que o crescimento e o desenvolvimento sejam mais pujantes nos próximos anos. Tudo com o objetivo de melhorar a qualidade de vida da nossa gente.
Feliz aniversário, Joaçaba linda e hospitaleira. Parabéns, parabéns a sua gente dedicada, honesta, trabalhadora e de tantas virtudes.