por Jaime Telles – tellesjaime@gmail.com
Sozinho, pulinho e mais pulinho, devagarinho…
Veja o que fez: É ano novo outra vez!
Sim. Feito efeito dominó, foi batendo assim, sem dó.
Ele, o segundo, que empurrou o minuto,
que bateu na hora,
que acertou o dia,
que marcou o mês,
e que, na décima segunda vez,
nem viu o ano passar.
Quando deu por si, já era ano novo,
A renovar a esperança do povo.
Ano passado também foi assim,
quando dei por mim…
já era este ano, que acaba de acabar.
Tudo por causa do segundo, renitente,
aturdindo a gente, nesta louca correria.
E a noite vira dia, quando ele amontoa,
vai trotando, numa boa, nem aí para conosco.
Deus nos livre dum enrosco que o faça então parar.
Bata firme, sempre bata, porque a morte vem e mata,
sim senhor e sim senhora. Bendito feitor da hora,
valente que devora presa maior que seu tamanho.
Bate reto, som estranho, tic tac atordoante.
Tão pequeno, só um instante, mais é tudo que preciso,
se inda tenho juízo, te ignoro e te invejo,
quando ouvir o seu silêncio, a vaca, tchum, pro brejo.