O secretário de Desenvolvimento Econômico Sustentável, Luciano Buligon, 51 anos, está otimista com o futuro de Santa Catarina. Ex-prefeito de Chapecó e parceiro de primeira hora do governador Carlos Moisés, esse gaúcho nascido em Tenente Portela, mas catarinense de coração, acredita que em cinco anos o estado terá outra cara, com uma economia ainda mais dinamizada.
O motivo para esse otimismo é traduzido pelas letras ZPE – as Zonas de Processamento de Exportação – que são distritos industriais, livres de impostos, a serem instalados em Imbituba, Lages e Dionísio Cerqueira e que têm a missão de impulsionar ainda mais a economia catarinense.
Buligon está empenhado a tornar esse projeto realidade e para tanto defende a continuidade de Carlos Moisés à frente do governo. “Sou defensor de sua reeleição, ele trouxe a estabilidade ao estado, algo que pode inspirar o Brasil”, resume.
Nesta entrevista exclusiva à coluna Pelo Estado, Luciano Buligon falou destes e de outros projetos e não escondeu a sua esperança de ver dias melhores para SC.
Confira:
O Brasil passou por momentos tensos desde o feriado de 7 de setembro. Como o senhor viu tudo o que aconteceu?
Eu tenho dito, e não é de hoje, que o Brasil que eu quero é o Brasil de Santa Catarina. O Brasil que se estabilizou politicamente. Santa Catarina também passou por processos traumáticos, no que se refere à estabilidade política poucos meses atrás, todos lembram. O governador Carlos Moisés também passou por um processo de perseguição e sentiu a faceta cruel da política, que vem com algumas ações muito fortes. Mas ele teve habilidade, contornou estes problemas, uniu o estado, sensibilizou a Assembleia Legislativa, que também entendeu. Chamou o estado para um discurso de união, não trouxe as suas mágoas para dentro do governo, pensou em Santa Catarina. Ele faz uma gestão muito ajustada, com revisão de contratos, e equilibrou emocionalmente os poderes. E como isso, acabou fazendo com que Santa Catarina avançasse e muito bem. Inclusive refletindo no PIB, apresentado recentemente, e que já teve repercussão nacional. Nosso estado teve um crescimento no PIB de 9% enquanto o Brasil teve de 1,8%.
O senhor considera que essas ações trouxeram tranquilidade para Santa Catarina, que permitiu esse crescimento e isso pode ser um exemplo para o país?
Nós fomos eleitos para promover a estabilidade política e a estabilidade emocional. E para isso nós temos que suar a camisa, como faz o governador Carlos Moisés. Eu espero que o Brasil encontre este caminho, que Santa Catarina, através da liderança de Carlos Moisés, encontrou. Mesmo após passar por momentos traumáticos como os afastamentos, o governador trouxe a tranquilidade e hoje fala com a Assembleia, fala com o Judiciário, com o Tribunal de Contas com um sentimento catarinense forte de união. Na verdade, esse chacoalhar que o país passou, talvez nós precisássemos passar. Foi um freio de arrumação. A minha esperança é que SC possa inspirar o país.
A sua pasta tem sido um destaque do governo com muitos projetos em andamento. Quais são os maiores desafios?
O nosso maior problema é a qualificação da mão de obra e a falta de energia, não por estar faltando energia, mas exatamente por estar consumindo muito, por conta do crescimento da indústria, do comércio e do serviço. Nós estamos crescendo pelo menos três vezes mais que o Brasil, estamos crescendo em emprego. Somos o estado que mais emprega no Sul; o terceiro estado que no Brasil, atrás apenas de São Paulo e Minas Gerais e somos o que menos gerou desemprego. Mas temos com isso alguns desafios. Um deles é a falta de mão de obra qualificada, temos vagas e não temos quem ocupe essas vagas. No que se refere à ciência, inovação e tecnologia, temos cerca de 10 mil vagas com salários em torno de R$ 5 mil e com vagas sobrando.
E qual a sua preocupação em relação ao déficit de energia?
A indústria, do jeito que está crescendo, está faltando energia. Nós visualizamos que a indústria está crescendo mais do que a demanda energética. Nós precisamos de plataformas sustentáveis de energia, nós precisamos preservar a Usina Termelétrica Jorge Lacerda, precisamos pensar em novas formas de energia, como, por exemplo, trazer gás natural em abundância. Nós temos 80 municípios ligados ao sistema de distribuição de gás natural, mas como diz o governador o bom seria levar para todos os 295 municípios. A SCGÁS faz um bom trabalho, mas precisamos parar de pescar de caniço e pescar com tarrafa, porque o crescimento é geométrico.
E como qualificar a mão de obra?
Precisamos ir para dentro das escolas. O governador tem feito um esforço junto com o secretário da Educação, Luiz Fernando Vampiro, e nós temos ajudado dentro da secretaria de Desenvolvimento Econômico, na elaboração do EduTec, que é um projeto que será lançado em breve, que é uma capacitação no ensino médio na área de inovação, ciência e tecnologia. O objetivo é provocar a inovação para os 200 mil alunos do ensino médio. A ideia é estimular essa provocação a partir do próximo ano. É tarrafada mesmo.
Outro projeto importante é a criação das Zonas de Processamento de Exportação, as ZPEs. Como irão funcionar e qual a sua principal função?
Esse projeto vai oferecer um mar de oportunidades para Santa Catarina de cinco a dez anos. Pode anotar e depois me cobrar. As Zonas de Processamento de Exportações são distritos voltados para exportação. Será um marco para o estado. Já foi aprovado no Congresso Nacional e teve a sanção do presidente Bolsonaro. Nós teremos três no estado: em Imbituba, onde já existia, mas era uma modalidade que não foi para frente porque era totalmente estatal e agora pela nova lei será em PPP (Parceria Público Privado). Para essa ZPE de Imbituba temos R$ 10 milhões destinados. Depois teremos em Lages e em Dionísio Cerqueira. Essa será uma abertura comercial importantíssima porque em Dionísio Cerqueira é a única Aduana em território brasileiro. Nós vamos fazer a concessão da Aduana e a ZPE em Dionísio Cerqueira, que é a maior fronteira que o Brasil tem com a Argentina. Essas três ZPEs em cinco anos vão injetar muitos recursos na economia catarinense.
Para o leitor entender bem, qual a principal função da ZPE?
As empresas que têm cunho exportador vêm para esses distritos e não pagam nenhum tipo de imposto. Tipo a Zona Franca como tem em Manaus. E junto com essas empresas vêm as outras que fazem parte da cadeia produtiva. Esse modelo foi adotado pela China, que há 30 anos transformou o seu território em várias ZPEs. As ZPEs do Brasil hoje são inspiradas na China. O governador teve a sensibilidade de, assim que foi sancionada a lei, em parceria com os municípios – porque são governo e municípios que dizem onde serão – definir os três locais onde teremos esses distritos. O governador é o indutor desse processo. SC vai dinamizar ainda mais a sua economia com as ZPEs.
O senhor vem sendo um dos maiores defensores da reeleição de Carlos Moisés. O senhor acha que ele tem condições para buscar essa reeleição?
Eu sou o primeiro eleitor de Carlos Moisés. Sou um defensor dessa candidatura. Ele merece, Santa Catarina merece mais quatro anos. O governador Carlos Moisés tem se mostrado um “político mineiro”. Ele consegue fazer o que ele quer do jeito quieto, acomodando as “abóboras na carroça” sem fazer muito barulho. O governador sabe muito bem o que quer e tem o direito de ter um mandato tranquilo. Ele construiu a estabilidade política, ele construiu parceiros, tem um excelente time – e eu não me incluo nesse time. Estou junto e aprendendo com ele. Ele é um catarinense de muito valor, de muito caráter. Ele coloca caráter na política e eu defendo isso. É a vez de Carlos Moisés e isso é muito importante na política. E ele conta comigo. Vou me filiar ao partido que o governador se filiar e serei candidato a deputado estadual, para ficar mais perto dele.
Qual a sua perspectiva de futuro para SC?
Os catarinenses devem continuar acreditando em Santa Catarina. O governo do estado sempre teve cuidado em relação à pandemia. O governador sempre manteve o estado ativo e nós vamos sair dela muito melhor, muito mais forte. Vamos ter o melhor verão de todos os tempos. SC vai voar mais alto e mais longe por conta dos nossos valorosos empresários e do nosso povo e também de um governo comprometido com nosso estado.