quarta-feira, outubro 9, 2024

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Bandas de rock de Brasília agora são atrações turísticas na Capital

Divulgação

Instalação da placa inaugural do circuito que contará com mais de 40 pontos contando a história de grupos como Legião Urbana, Plebe Rude, Capital Inicial e Raimundos vai reunir roqueiros da Época de Ouro do Rock de Brasília, no Dia Mundial do Rock

Rodrigo Leitão
De Brasília

“Olá nós somos de Brasília!” Essa frase que era dita pelas bandas, quando se apresentavam fora da cidade, virou uma grife. Era assim que Legião Urbana, Capital Inicial, Plebe Rude e outros grupos se anunciavam ao subir aos palcos para consagrar nossa cidade como Capital do Rock, a partir dos Anos 80.

“Vejam que orgulho esses artistas tinham de dizer que eram daqui!
E por causa disso, ser de Brasília também passou a ser um orgulho para os jovens da cidade. Afinal, “somos tão jovens”, ressalta a secretária de Turismo do Distrito Federal, Vanessa Mendonça. Segundo ela, “no Dia Mundial do Rock estamos resgatando essa história, definitivamente. Porque ressignificamos a importância de um movimento cultural único no Brasil e que agora se torna também um Roteiro Turístico único. Nenhuma outra cidade no País consegue fazer algo igual.”

“Isso é nosso. Só Brasília alcança esse privilégio”, destaca Vanessa Mendonça. Para o guitarrista e vocalista da Plebe Rude, Philippe Seabra, curador do projeto, “foi a curiosidade intelectual, lucidez e urgência desses jovens de Brasília que colocaram a capital no mapa cultural brasileiro, mudando para sempre a música popular brasileira. O Rock de Brasília é um alicerce da contestação e liberdade de expressão no Brasil, e isso tem que ser celebrado”, destaca o músico. A produção do projeto é de Tata Cavalcante.

Digão, vocalista e guitarrista dos Raimundos, considera que “Brasília merece demais uma iniciativa como essa. Quando tocávamos fora da cidade e até do país, sentíamos um imenso respeito do público e o reconhecimento da nossa cidade como Capital do Rock!” Ele vai além e ressalta que tudo começou nos anos 80 e 90, com a “Turma da Colina”. Um grupo de jovens amigos inspirados pelas bandas britânicas e referências do punk internacional, que se reuniu no conjunto de prédios usados por professores e estudantes da Universidade de Brasília para fazer o melhor rock do Brasil.

ESTÍMULO
“Esses jovens tinham uma visão diferenciada. E hoje, estamos consagrando isso, mais um novo olhar sobre Brasília! Esta é a primeira placa, inicialmente, serão 40. Mas como se trata de um roteiro dinâmico, quando surgirem novas sugestões de pontos eles serão incluídos na Rota, que vai atrair não só o público do DF”, informa Vanessa Mendonça.

De acordo com a Secretária de Turismo do DF, por meio da nossa música jovem estamos construindo um roteiro que vai estimular o turismo interno e a atrair pessoas de todo o Brasil. “Pois não podemos deixar de lembrar que as 26 bandas da cidade que chegaram às grandes gravadoras nos anos 80 e 90, juntas, venderam mais de 30 milhões de discos em todo o país”, destaca.

E quem diria que os encontros nas garagens do Lago Sul e Norte, nos gramados que viraram palco da boa música, nos estabelecimentos comerciais das asas Sul e Norte, o Rock na Ciclovia e o som feito no Cave (Guará), fossem fazer parte da história da música brasileira?

Segundo Vanessa Mendonça, tudo isso só foi e está sendo possível pela importância dada ao projeto pelo governador Ibaneis Rocha e pela parceria com a Secretaria de Estado de Economia e a faculdade União Pioneira de Integração Social, a UPIS. A secretária de Turismo pontua que, a partir de agora, moradores e turistas contarão com uma experiência única pelo olhar do estilo musical que consagrou a história da cidade e foi tombado como Patrimônio Cultural Imaterial do DF pela Lei Distrital nº 5.615.

A rota Brasília Capital do Rock passa a integrar diversas outras rotas criadas pela Setur-DF para ajudar moradores e visitantes a conhecerem melhor os atrativos da capital federal e segue um padrão internacional de sinalização, com informações bilíngues em Inglês e Espanhol para atender também o turista estrangeiro. A Coleção Rotas Brasília conta, ainda, com a Rota Fora dos Eixos; do Cerrado; da Paz; Cultural; Náutica, Cívica e Arquitetônica. Essas já estão mapeadas e disponibilizadas no site da Setur-DF (http://www.turismo.df.gov.br/).

Quando o público chegar a uma destas estações terá a oportunidade de conhecer o fato do rock ocorrido ali, por meio de um resumo da história. Acessando um QR Code, será possível ampliar este conteúdo no Google Earth. As placas, com iconografia padrão e identificação por uma nota musical, contar a história resumida remetida àquele local. “Ainda nesta semana, outras 14 placas como esta aqui da Torre de TV serão instaladas em locais como a Colina da UnB, Ermida Dom Bosco e Espaço Cultural Renato Russo, entre outros”, informa a secretária Vanessa Mendonça.

OPORTUNIDADE
“Esse é um momento mais que oportuno, levando em consideração que teremos a celebração do Bicentenário da Independência do Brasil e a Semana da Arte Moderna no ano que vem. Promoções de alcance nacional e internacional que vão direcionar os olhos do mundo para a capital, configurando-se um cenário de oportunidade para que a Rota do Rock receba o destaque e os holofotes que realmente merece”, explica a Secretária.

O que não faltam são lugares espalhados por Brasília que relembrem o som das guitarras, a letras polêmicas e os visuais irreverentes. E é por esses espaços que os brasilienses e turistas vão poder circular e conhecer um roteiro mais que especial. A Rota do Rock vai consolidar a memória desse patrimônio da cidade, mapeando os locais mais importantes e emblemáticos daquele “movimento cultural”.

Nesses espaços serão realizadas promoções musicais no estilo do Porão do Rock, Picnik e o próprio Rock na Ciclovia, com participação integrada entre bandas da época de ouro do rock brasiliense e os artistas da nova geração. “Assim estaremos fomentando também a maior visibilidade do cenário independente local e a economia criativa, por meio do turismo interno”, informa Vanessa Mendonça. Para ela “esse aqui é o primeiro acorde.”
“A nossa intenção é que os jovens possam aprender com nossos músicos e que sejamos inspiração e ação de transformação de vidas pela música”, conclui a Secretária de Turismo do DF.

RELAÇÃO DAS 15 PRIMEIRAS PLACAS A SEREM INSTALADAS

  1. Torre de TV – Onde vários grupos se apresentaram ao longo dos anos
  2. UPIS – Onde havia várias apresentações
  3. QI 8 Lago Norte – Residência de Philippe Seabra
  4. Colina UnB – Onde moravam vários dos músicos
  5. Rádio Center – Onde as bandas ensaiavam
  6. Esplanada dos Ministérios – Grandes shows de aniversário da cidade
  7. Estádio Nacional Mané Garrincha – Apresentação de Legião Urbana e Capital Inicial
  8. SQS 303 – Residência de Renato Russo
  9. Espaço Cultural Renato Russo – Antigo Teatro Galpãozinho (508 sul)
  10. Entrequadra 110/111 SUL – Food’s – Onde as bandas subiam em caminhões para se apresentar
  11. Centro de Convenções Ulysses Guimarães
  12. Concha Acústica de Brasília – Lançamento do LP Rumores
  13. Centro Comercial Gilberto Salomão – Lago Sul – Local do primeiro show do Aborto Elétrico
  14. Residência Raimundos – QI 9 do Lago Sul – Casa do Digão
  15. Ermida Dom Bosco – Onde se costumava promover shows de rock
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