Em mais da metade dos 55 hospitais catarinenses praticamente não há mais vagas. Em 32 unidades a taxa de lotação é superior a 90% e em 16 hospitais não entra mais ninguém — 100% de ocupação. Esse é o maior registro de hospitais lotados desde o início da pandemia. E em momento que o estado vive rápida aceleração de novos casos e mortes. Mais de 90% das regiões do estado estão em nível máximo de alerta para a doença.
Na prática, a doença avança e nós só observamos. Na quarta-feira morreram 46 pessoas num único dia. É claro que a população não quer voltar para o lockdown, onde esteve no início da pandemia, como se vivêssemos um prenúncio do fim do mundo. Mas aposto que ninguém também quer passar por uma espera por leitos na porta do hospital.
O retorno das atividades com regras foi uma enganação, as fiscalizações não funcionaram e o público não soube respeitar os limites invisíveis do vírus. As autoridades locais perderam o discurso. A troca de governantes descaracterizou uma política de atuação contra o vírus e, agora, parece que nada que se anuncie transmite muita credibilidade.
Nos últimos meses foram fechadas UTIs e o déficit chegou a 230 leitos no final de novembro. Na Alesc, os deputados votaram para que as aulas sejam incluídas no rol de atividades essenciais. O governo do Estado anuncia um toque de recolher a partir de 23h já neste fim de semana. E nada disso parece conectado a um plano macro de gerenciamento da crise sanitária.
O secretário de Saúde André Motta disse em entrevista que é fácil perceber quem é trabalhador após as 23h. Isso porque o toque de recolher não vai impedir o funcionamento de fábricas e outras atividades econômicas, mas sim, estabelecimentos mais voltados ao entretenimento e à gastronomia.
Mulheres
Bianca Wachholz, Lucimara Stasiak, Daiana dos Santos da Silva, Bernardete Libardo e Margarete Zanella. Esses são alguns dos nomes das vítimas de feminicídio em Blumenau que foram homenageadas essa semana com placas espalhadas pela cidade. O ato foi organizado pelo coletivo Batucada Feminista e remonta outras manifestações semelhantes que já ocorreram pelo pais. As placas remetem a nomes de ruas, em alusão às homenagens que normalmente são feitas a nomes de pessoas importantes na nossa sociedade.
Plano de Vacinação
O senador Esperidião Amin (PP-SC) apresentou requerimento com os senadores Alessandro Vieira (Cidadania-RS), Marcelo Castro (MDB-PI) e Nelsinho Trad (PSD-MS) solicitando uma sessão de Debates Temáticos para discutir o Plano de Vacinação do governo federal e dos governos estaduais contra a covid-19. O objetivo é ouvir Ministério da Saúde, Anvisa, Instituto Butantan, Fiocruz e representantes dos laboratórios fabricantes das vacinas.
Melhorou
O estado de saúde do soldado Jeferson Luiz Esmeraldino, 32 anos, baleado na madrugada de segunda-feira, 30, no assalto a banco em Criciúma é de melhoras. Na sexta foi desligada a sedação e iniciou o processo para despertar.
Reeleição
O STF avançou na sexta na modificação da Constituição que pode garantir a reeleição dos mandatos dos presidentes da Câmara e Senado. Juristas e especialistas têm se manifestado pela ilegalidade do ato. Já que a reeleição, se aprovada, só poderia valer no próximo mandato. A reeleição não valia para presidente e foi aprovada na época do FHC, com ele no cargo, e que acabou se beneficiando da mudança na época.
Gás
A SCGÁS lançou, em fevereiro, o maior pacote de obras da sua história, com foco na interiorização da oferta do gás natural e na expansão da infraestrutura até 2024. No setor de gás natural veicular (GNV), a SCGÁS consolidou o Projeto da Rede Local de Lages. Até outubro, o consumo de GNV cresceu 40%. No mercado urbano, os segmentos residencial e comercial, tem tido avanços significativos em cidades verticalizadas e onde avança o mercado da construção civil como Balneário Camboriú, Criciúma e Tubarão – são mais de 15 mil residências atendidas. E o segmento industrial, que consome aproximadamente 80% do gás natural no Estado, ultrapassou o número de 300 indústrias consumidoras.