João Marqueze, secretário de saúde do município de Herval d’Oeste, recebeu a reportagem do jornal Raízes Diário para contar, com exclusividade, sobre o desafio dos primeiros dias na Secretaria de Saúde do município. “Assumir a Secretaria de Saúde é um desafio que exige organização, planejamento e, principalmente, compromisso com a população”, ressalta. Segundo Marqueze, os primeiros passos são: conhecer a equipe, identificar as necessidades de cada setor e estruturar ações que garantam um atendimento de qualidade. “Entre as prioridades, destacam-se a reestruturação da equipe, melhorias na infraestrutura das unidades de saúde e a implementação de projetos inovadores, como o programa Fila Zero, que busca reduzir o tempo de espera por exames e consultas essenciais. Nosso objetivo é claro: fortalecer o sistema de saúde e oferecer um serviço humano, eficiente e acessível para todos”.
Confira a entrevista completa:
RD – Como o senhor avalia o início do trabalho na Secretaria de Saúde de Herval d´Oeste?
João Marqueze – Tomamos posse no dia 1º de janeiro e, já no dia 2, iniciamos os trabalhos na Secretaria de Saúde. O primeiro passo foi reunir toda a equipe e começar a conhecer os quase 200 trabalhadores que atuam na secretaria. Estamos buscando criar uma parceria sólida com os funcionários, entendendo o trabalho de cada um e levantando as principais necessidades de cada setor. Nosso objetivo é instrumentalizá-los e oferecer as condições necessárias para que desempenhem bem suas funções.
Ainda estamos nos familiarizando com toda a estrutura, e há muito o que fazer. Precisamos realizar reformas, ampliar espaços e contratar novos profissionais. Estamos colocando tudo isso no papel e avaliando a viabilidade financeira dessas ações, porque nosso compromisso é oferecer um serviço de qualidade à população. Queremos garantir um bom atendimento, o que foi uma das promessas de campanha: ampliar e melhorar os serviços de saúde com excelência no atendimento. Afinal, a população merece ser bem atendida.
Um dos primeiros projetos que planejamos implantar ainda em janeiro ou fevereiro é o programa Fila Zero. A ideia é reduzir ou até zerar as filas de espera, especialmente no setor de Tratamento Fora do Domicílio (TFD), que encaminha pacientes para consultas e exames de média e alta complexidade. Por exemplo, hoje há pacientes que aguardam seis ou sete meses para realizar um ultrassom, e isso é inaceitável.
Escolhemos priorizar exames como ultrassonografias, que, apesar de simples, são fundamentais para diagnósticos precoces, como o ultrassom de próstata, que pode indicar precocemente um caso de câncer. A seleção de pacientes será feita de forma justa, seguindo a ordem da fila do SUS, sem privilégios para ninguém. Nossa meta é, mensalmente, zerar a fila de um procedimento específico para que as pessoas possam ter acesso mais rápido a consultas e exames. Isso permitirá diagnósticos mais rápidos e um tratamento adequado quando necessário.
Acreditamos que este é apenas o início de um trabalho que pode fazer a diferença na vida da nossa comunidade.
RD – O senhor já teve a oportunidade de avaliar a situação dos postos de saúde em relação aos funcionários, como enfermeiros e médicos? Como está o trabalho nesses locais, há alguma carência de profissionais, e existe a possibilidade de novas contratações?
João Marqueze – Na quinta-feira, dia 9, tivemos uma reunião com a equipe técnica da saúde e o prefeito Ronaldo da Rosa, na qual apresentamos alguns cargos que estão deficitários na Saúde, e que têm complicado bastante o nosso serviço de maneira geral. São cargos, como recepcionistas e pessoal da limpeza, mas também precisamos de médicos, psicólogos e terapeutas ocupacionais. É uma gama considerável de profissionais, mas são serviços essenciais que não podemos deixar de oferecer. Por exemplo, também vamos precisar de dentistas. Além disso, algumas reformas em unidades de saúde provavelmente serão concluídas agora em janeiro. Felizmente, temos um processo seletivo previsto para sair nos próximos dias, e esperamos que pessoas interessadas se inscrevam, sejam aprovadas e possamos chamá-las para compor nossa equipe e garantir um serviço de qualidade para a população hervalense.
RD – Nesses primeiros dias à frente da secretaria, o senhor visitou os postos de saúde e conversou com os gestores sobre os principais pontos e necessidades de cada um deles?
João Marqueze – Durante o período de transição, nós fizemos questão de visitar unidade por unidade, conversando com os profissionais e ouvindo o que eles tinham a dizer. Agora, como secretário, já consegui retornar a algumas unidades, mas ainda não visitei todas. A questão orçamentária tem demandado muito do meu tempo, com várias reuniões para ajustar as finanças, já que tudo depende de recursos. É um desafio porque tudo gira em torno do dinheiro que recebemos. No entanto, acredito que, com o passar dos dias, as coisas vão se estabilizando. Quando a poeira baixar, vou conseguir dedicar uma atenção maior a todas as unidades.
RD – Falando em recursos, o senhor recebeu, recentemente, uma boa notícia sobre a chegada de verbas para a Secretaria de Saúde. Poderia compartilhar qual é essa novidade e como isso pode alavancar os serviços?
João Marqueze – Se eu não me engano, entraram R$ 700 mil na conta da saúde: R$ 500 mil enviados pelo senador Esperidião Amin e R$ 200 mil pela deputada federal Carolina De Toni. Esse dinheiro vai ajudar muito a área da saúde, e eu faço questão de agradecer à administração passada por ter feito esses pedidos. Esse recurso vai contribuir bastante para que a gente possa diminuir as filas enormes que hoje existem no setor do Tratamento Fora do Domicílio (TFD).
(Texto: Claudia Mota, jornalismo@raizesdiario.com.br)