domingo, maio 5, 2024

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Laboratório aprova bola da Copa

Cientistas respondem a goleiros e exaltam a ‘perfeição assimétrica e imprevisível’ da Telstar-18

Magia ou ciência? Uma bola perfeita ou repleta de deformações? Para o laboratório suíço que testou a bola da Copa do Mundo da Rússia , ela passou em todos os testes. Mas as impressões de que ela não teria um voo coerente não vem nem de problemas de sua circunferência, resistência e nem peso. A diferença desta vez, segundo os cientistas, é o efeito ótico que ela gera.

O laboratório suíço Empa anunciou que, depois de milhares de testes, a Telstar 18 recebeu um “selo de aprovação”. “Alguns goleiros tem sido críticos sobre suas características em voo. Mas a razão seria sua aparecia não convencional”, explicou o laboratório, apontando para as críticas já feitas por De Gea ou Pepe Reina , entre outros.

Os responsáveis pelo laboratório insistem que, mesmo que o futebol viva de emoções, seu trabalho é técnico. “Impressões são subjetivas”, disse Martin Camenzind, representante do laboratório que há 22 anos realiza os testes para a Fifa .

Para que a bola fosse aprovada, ela foi esmagada 250 vezes dentro de um tanque com água. Ela é apenas aprovada se, mesmo depois disso, reter apenas um volume mínimo de água. Outro teste se refere a garantir que ela sempre salte na mesma altura ao ser largada de uma distância de dois metros.

“Para provar que a bola é uma esfera perfeita, ela é medida em não menos que 4 mil pontos”, destaca o laboratório. “E finalmente, a bola precisa manter seu formato, mesmo que seja chutada 2 mil vezes contra um muro de aço, a 50 quilômetros por hora”, explica.

“Nem todas as bolas passam nos testes e não é apenas circunferência ou peso que se mede”, apontou o laboratório, em um comunicado. Mas, no caso da versão da Adidas em 2018, a realidade é que é sua textura que traz inovações, com o plástico ganhando uma nova projeção. “E é essa superfície que é responsável pelo voo imprevisível da bola”, reconhecem os cientistas. Se os goleiros que já a testaram a julgam “estranha”, Camenzind contra-ataca. “O que entra em jogo aqui é a ótica”, disse. “A Telstar 18 não é feita de hexágonos tradicionais e pentágonos, mas de elementos irregulares com impressões assimétricas”, explica o laboratório. “Portanto, a bola que voa pode gerar uma visão pouco comum sob condições de luzes apropriadas”, diz.

“Num estudo que fizemos a partir de um pé controlado por um computador, mostramos que a bola acusada de um comportamento estranho de forma alguma se comportou dessa forma nos experimentos”, diz o laboratório. “O fato de a trajetória de uma bola ser complexo e, de acordo com teorias de aerodinâmica, às vezes caótica é usada a seu favor por jogadores profissionais”, insiste o Empa.

 

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