Ao som do Hino Nacional Brasileiro, nossas mentes se deixam levar, como ao assistir a um filme sobre o Brasil. Cada verso, cada nota, nos faz imaginar a paisagem, desde as plácidas margens do Ipiranga, entrecortada pelos fúlgidos raios do sol da liberdade, reluzindo sobre o semblante típico do heróico povo daqui. O poema de Joaquim Ozório Duque Estrada nos conduz por caminhos imaginários que cruzam o límpido, risonho e formoso céu, onde resplandece a imagem do Cruzeiro.
A música de Francisco Manoel da Silva facilita o avistar do colosso, impávido, forte e belo, moldado pela própria natureza, cuja grandeza o futuro se encarrega de espelhar. O andamento da canção reitera quão amada e adorada é esta pátria, muito acima de outras mil, porque, com gentileza de mãe, acolhe os filhos deste solo, esplêndido berço, onde está plantado nosso paraíso, por todo sempre. E podemos mesmo, como que ouvir o som do mar, debaixo do profundo céu, onde o florão da América fulgura, sob o sol do Novo Mundo, iluminado. Levados pela emoção percorremos lindos e risonhos campos, onde abunda a vida em fartos bosques.
O som inebriante do Hino nos induz à idolatria, tamanho amor pela pátria, cantada em sucessivos salves. Estufamos nosso peito ao bradar cantando que o Brasil seja símbolo de amor eterno, enfeitado por constelações ostentadas em seu lábaro, como a versar sobre suas glórias passadas e sobre paz que se anela para o seu porvir. Com nó na garganta, os filhos que não fogem à luta se garantem emocionados, ignorando o temor da própria morte, caso a clave forte da justiça venha a erguer-se. O tremular da bandeira, no alto do mastro ilustra, ainda mais, esses minutos mágicos. Renova-se, através de uma música, o amor, a devoção, a paixão que leva o brasileiro às lágrimas mais saborosas que pode prantear. Na beleza de nosso Hino Nacional, enxergamos nossa nação e nossa gente, em suas peculiaridades mais empolgantes.