quinta-feira, maio 2, 2024

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Artigo: Santa Catarina merece!!! Por Jaime Telles

Ao som do Hino Nacional Brasileiro, nossas mentes se deixam levar, como ao assistir a um filme sobre o Brasil. Cada verso, cada nota, nos faz imaginar a paisagem, desde as plácidas margens do Ipiranga, entrecortada pelos fúlgidos raios do sol da liberdade, reluzindo sobre o semblante típico do heróico povo daqui.  O poema de Joaquim Ozório Duque Estrada nos conduz por caminhos imaginários que cruzam o límpido, risonho e formoso céu, onde resplandece a imagem do Cruzeiro.

A música de Francisco Manoel da Silva facilita o avistar do colosso, impávido, forte e belo, moldado pela própria natureza, cuja grandeza o futuro se encarrega de espelhar. O andamento da canção reitera quão amada e adorada é esta pátria, muito acima de outras mil, porque, com gentileza de mãe, acolhe os filhos deste solo, esplêndido berço, onde está plantado nosso paraíso, por todo sempre. E podemos mesmo, como que ouvir o som do mar, debaixo do profundo céu, onde o florão da América fulgura, sob o sol do Novo Mundo, iluminado. Levados pela emoção percorremos lindos e risonhos campos, onde abunda a vida em fartos bosques.

O som inebriante do Hino nos induz à idolatria, tamanho amor pela pátria, cantada em sucessivos salves. Estufamos nosso peito ao bradar cantando que o Brasil seja símbolo de amor eterno, enfeitado por constelações ostentadas em seu lábaro, como a versar sobre suas glórias passadas e sobre paz que se anela para o seu porvir. Com nó na garganta, os filhos que não fogem à luta se garantem emocionados, ignorando o temor da própria morte, caso a clave forte da justiça venha a erguer-se. O tremular da bandeira, no alto do mastro ilustra, ainda mais, esses minutos mágicos. Renova-se, através de uma música, o amor, a devoção, a paixão que leva o brasileiro às lágrimas mais saborosas que pode prantear. Na beleza de nosso Hino Nacional, enxergamos nossa nação e nossa gente, em suas peculiaridades mais empolgantes.

Quem dera se desse o mesmo ao som do Hino do Estado que igualmente amamos. Bem merecíamos como assistir, ao ouvir nosso Hino, o filme que mostrasse a serra, o atlântico e suas praias, a neve, as etnias, a maçã, os vales, o caminho dos tropeiros, a saga do contestado, e algum modo poético que alcance a grandeza do tema.
Como se não bastasse o aspecto difícil da canção de José Brazilício de Souza, bem que nos esforçamos para dar alguma emoção ao belo poema de Horácio Nunes Pires. Porém não há Santa Catarina em seu bojo. Ele apenas sugere que se sagre num hino o festejar dos ex escravos brasileiros em comemoração pela conquista da liberdade.
Não nos chegou ainda informação segura sobre quem decidiu que assim fosse, nem por quê. Sobre a Santa e Bela Catarina, o Hino nada diz. Nem mesmo as curtas palavras de seu próprio nome.
Isso explica a triste constatação de que quase ninguém sabe a letra do Hino de Santa Catarina. Os que decoraram não conseguem ou mal pronunciá-la na métrica correta, devido à sua grande complexidade melódica.
Nossas crianças não cantam nosso Hino, porque não conseguem senti-lo e, por conseguinte, não conseguem aprendê-lo. Fica como falso consolo um único momento de vibração por conta da frase “cada bravo um cidadão”, que por sinal é a derradeira.
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