Neste domingo, dia 8, às 19h, com ingressos antecipados a R$ 30, na bilheteria do Teatro Alfredo Sigwalt, a cantora Bruna Nogueira comanda o espetáculo Elis & Tom. Disco lançado em 1974 está entrando na playlist de um número cada vez maior de adolescentes brasileiros que buscam a maior qualidade de nossa música popular
Rodrigo Leitão
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A Música Popular Brasileira (MPB) surgiu com Elis Regina. Como ela não se encaixava no estilo jazzístico de cantar samba, a crítica passou a chamá-la de cantora de música popular brasileira. Elis conheceu Tom Jobim no início dos anos 1960. Chegou a ser esnobada pelo criador da Bossa Nova, que a considerou uma intérprete ultrapassada, com voz empostada e sem a modernidade que sua música contemporânea necessitava para participar de um musical de Bossa Nova. Uma década depois, já amigos, eles se reuniram para gravar uma das mais importantes obras da música brasileira: “Elis & Tom”, um disco lançado pela gravadora Polygram (hoje Universal Music).
A produção se deu em Los Angeles, nos Estados Unidos e foi um presente da gravadora pelos dez anos de carreira de Elis Regina entre seus quadros de artistas. Entre 22 de fevereiro e 9 de março de 1974, 45 anos atrás, a dupla registrou algumas obras primas como “Águas de Março”, “Corcovado”, “Retrato em Branco e Preto”, “Chovendo na Roseira”, “Soneto de Separação” e “Inútil Paisagem”. Uma passagem deste trabalho deu uma guinada e reativou a Bossa Nova para o mundo, quando o pianista Cesar Camargo Mariano, marido de Elis Regina à época, foi chamado para escrever os arranjos e introduziu instrumentos elétricos na Bossa Nova. Aclamado até hoje, por público e crítica, este álbum é considerado pela Revista Rolling Stones como o 11º Melhor Disco da MPB, em todos os tempos.
GRANDE ENCONTRO
Toda essa história estará no palco do Teatro Alfredo Sigwalt neste domingo, a partir das 19h, no Especial Elis & Tom, em apresentação única na cidade. A responsável pelo espetáculo é a cantora Bruna Nogueira, que 45 anos depois revive o grande encontro e homenageia Elis Regina e Tom Jobim.
O especial Elis & Tom surgiu com uma parceria entre a cantora Bruna Nogueira, o pianista Guilherme Moraes e o Quarteto de Cordas Appassionato, onde o objetivo é a integração da música popular brasileira com a música erudita. Os arranjos foram elaborados especialmente para esta apresentação.
VESTIBULAR
A importância do antológico álbum “Elis & Tom” é tão grande, que a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) incluiu o disco na lista de leituras (no caso audição e leitura das letras) obrigatórias para o vestibular, em 2018. A inclusão de um álbum musical nesse rol que reúne clássicos da literatura brasileira e portuguesa, indica que os organizadores da prova tiveram uma visão ampla sobre o que é um texto literário, mas também aponta que a escola pode ser um espaço de resistência para o cancioneiro nacional.
Mas essa não foi a primeira vez que um disco seria incluído na lista obrigatória do vestibular da UFRGS. Em 2014, a universidade foi pioneira nesse quesito em todo o país, indicando a audição de “Tropicália ou Panis et Circencis”, clássico de 1968 que reuniu Caetano Veloso, Gal Costa, Gilberto Gil, Nara Leão, Os Mutantes e Tom Zé.
SERVIÇO:
Especial Elis & Tom – Tributo ao clássico LP da dupla lançado em 1974 e que completa 45 anos em 2019. Somente domingo, às 19h, no Teatro Alfredo Sigwalt. Ingressos no Teatro a R$ 30,00.