Rodrigo Leitão
De Brasília
O fim das buscas ao serial killer Lázaro Barboza não se encerram com sua morte. O secretário de Segurança Pública de Goiás, Rodney Miranda, disse, logo após o encerramento das diligência que culminaram com a morte de Lázaro, que “ainda temos pessoas para prender”. A operação, que envolveu mais de 200 homens das polícias militar e civil de Goiás, do Distrito Federal e da Força Nacional, culminou com a morte do foragido, que foi alvejado com 38 tiros, segundo informações do secretário de Comunicação do Governo de Goiás, Marcos Alexandre.
Procurado há 20 dias acusado de matar uma família em Ceilândia, no DF, Lázaro Barbosa, de 32 anos, estava escondido da casa da ex-sogra, no interior de Águas Lindas, município goiano que faz divisa com o Distrito Federal, perto de Ceilândia, onde ele cometeu 4 assassinatos, há um mês.
Os depoimentos da ex-mulher e da ex-sogra de Lázaro Barbosa Sousa, 32 anos, foram adiados. Segundo a Polícia, a ex-mulher teria passado mal durante o interrogatório, o que motivou o adiamento.
REPERCUSSÃO
Até o presidente Jair Bolsonaro se manifestou: “Mais um CPF ruim cancelado”. Questionado sobre seu apoio ao porte de armas, Bolsonaro disparou: “Quem não quer ter arma, é só não comprar”.
O governador de Goiás, Ronaldo Caiado, primeira autoridade a informar a prisão de Lázaro, disse que “Goiás não é Disneylândia de bandido”. Ele parabenizou os policiais em uma rede social, afirmando que “ta aí, minha gente, como eu disse, era questão de tempo até que a nossa polícia, a mais preparada do país, capturasse o assassino Lázaro Barbosa. Parabéns para as nossas forças de segurança. Vocês são motivo de muito orgulho para a nossa gente!”
Sobre a forma da morte, a atual companheira de Lázaro, de 19 anos, declarou que temia pelo fim dele, e que esperava que ele se entregasse. Pelas imagens exibidas nas TVs de Goiás e DF, os tiros estavam concentrados entre o peito o rosto de Lázaro Barboza.
NOVAS PRISÕES
“Ainda temos algumas pessoas para investigar e prender. Agora, sai a força intensiva e fica o trabalho investigativo até a gente ir até o último envolvido”, informou o secretário de Segurança Pública de Goiás, Rodney Miranda. Em coletiva no início da tarde desta segunda-feira, dia 28 de junho, Miranda afirmou que há uma organização criminosa por trás da fuga de Lázaro, que durou 20 dias.
As buscas por Lázaro tiveram início em 9 de junho, quando a polícia começou a investigar um triplo homicídio no Incra 9, em Ceilândia . Pai e dos dois filhos foram e encontrados mortos e a mãe da família não estava no local . O incidente Cláudio Vidal de Oliveira, 48 anos, e os filhos dele, Gustavo Marques Vidal, 21, e Carlos Eduardo Marques Vidal, 15, eram as vítimas. Cleonice estava desaparecida.
Em 26 de abril, Lázaro cometeu estupro e roubo contra uma mulher que abordou na rua. O caso é investigado pela Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam). Já em 17 de maio, ele invadiu outra chácara, próxima à da família assassinada. Nela, amarrou as vítimas e as ameaçou com revólver e faca, obrigou todos a ficarem nus e as moças da família a cozinharem para ele.
PERFIL FALSO
No dia 26, a polícia descobre perfil falso que Lázaro utilizava para se informar sobre o caso. A PM do Rio cede equipamento para auxiliar na localização de Lázaro Barbosa. No dia 27, polícia rastreia celular e redes sociais de Lázaro. O suspeito foi capturado por volta das 9h50 e, 10 minutos depois, foi confirmada a morte. Lázaro deu entrada no Hospital Bom Jesus, mas estava sem vida. O corpo foi encaminhado ao Instituto de Medicina Legal (IML) de Luziânia.
Em entrevista coletiva à imprensa, o secretário de Segurança Pública do Estado de Goiás, Rodney Miranda, afirmou que Lázaro buscava um ponto de apoio e estava indo em direção à casa da ex-sogra e da ex-mulher, em Águas Lindas. Câmeras do circuito interno de segurança de uma residência captaram o suspeito caminhando em via pública por volta das 20h deste domingo (27/6).
A ex-mulher e a ex-sogra foram encaminhadas à Delegacia Regional de Águas Lindas, mas não prestaram depoimento, pois, segundo a polícia, a ex-mulher passou mal na sala. Não há previsão, no entanto, de quando as duas irão depor.