Diferentemente de outras grandes crises vividas pela humanidade, a que estamos vivendo e pegou todos de surpresa e tem nos ensinado formas diferentes de nos reinventar. Ninguém estava preparado para esta pandemia do coronavírus, que já infectou mais de 20 milhões de pessoas pelo mundo e ceifou mais de 720 mil vidas até o último dia 10 de agosto. Porém já houve 12 milhões de recuperados. E vida que segue!
Quando da gripe espanhola em 1918, Joaçaba tinha apenas um ano de existência e naquela ocasião, estima-se que a mãe das pandemias do vírus influenza, infectou entre 1918 a 1920 aproximadamente 500 milhões de pessoas, cerca de um quarto da população mundial na época, que por falta de recursos, matou aproximadamente 50 milhões de pessoas no mundo. A segunda guerra mundial, que se deu entre 1939 a 1945, ceifou em torno de 85 milhões de pessoas, dos quais 50 milhões eram civis. Isto para citar apenas duas grandes crises da história!
Muitos registros mostraram que estas crises resultaram em forte impacto na economia, na vida social, na vida do trabalho e na vida da família. E tudo teve que ser reinventado aos modos e condições das épocas. E vida que segue!
Quando terminou a segunda guerra mundial (2/9/1945), Joaçaba era uma jovenzinha de 28 anos! E curiosamente neste ano, no dia 22 de agosto, foi fundada em Joaçaba, pelo decreto municipal de nº 82, nossa Biblioteca Municipal. E vida que segue!
Caracterizada como polo regional na indústria e no comércio, desde a década de 1960, Joaçaba tem se destacado no cenário Estadual como uma pequena grande cidade! Possui na atualidade um Índice de Desenvolvimento Humano (IDH em 0,827) bem acima da média nacional (0,699), que a coloca entre as três melhores cidades para se viver em Santa Catarina, levando em consideração a saúde (expectativa de vida da população), educação e renda. Possui um comércio e indústrias capazes de superar este momento de crise. E vida que segue!
A crise atual, do covid-19, chegou desestabilizando mercados, indústrias, empresas, desafiando modelos de gestão, afetando direta e indiretamente milhares de empregos e pessoas no mundo, colocando a economia no “fundo do poço” e o Sistema de Saúde se mostrando frágil, incapaz e sem a devida estrutura para dar o atendimento necessário aos inúmeros casos. Mas vida que segue!
O isolamento social como recurso adotado para conter o contágio da pandemia tem feito com que muitos segmentos do comércio, da empresa produtiva, dos prestadores de serviços busquem alternativas viáveis para sua manutenção e sobrevivência no seu negócio. E vida que segue!
Mas um fato curioso tem nos chamado a atenção: Em todas as crises que a humanidade passou, historicamente se percebe que a economia sempre prevaleceu, colocando a natureza humana em segundo plano. Este foi o padrão: aspectos econômicos suplantando aspectos da vida, da saúde, da natureza humana. O que está acontecendo agora? A natureza humana (saúde), dando um nocaute na economia (atou as mãos da economia). Isto é inédito! O covid-19 colocou a economia mundial na lona. E tem se dito que “o remédio será mais duro do que a doença”. Apesar de estarmos diante de um cenário complexo, a vida segue!
Vamos ter que criar, abrir-nos para o novo. Virar a chave e conviver com o “novo normal”, desenvolvendo nossas habilidades socioemocionais para superarmos este momento. Resiliência para lidar com a volatilidade, sem perder nossa autoestima já que as mudanças são inevitáveis e mantendo uma perspectiva positiva diante dos acontecimentos. Precisamos ser flexíveis frente às incertezas! A flexibilidade passa ser uma competência socioemocional essencial para a adaptação constante a cenários imprevisíveis. E a vida segue!
Joaçaba comemora 103 anos de existência num cenário de grandes mudanças e de grandes perspectivas frente às oportunidades! Precisamos avançar! E somente arregaçando as mangas para irmos a diante, pois a vida segue! Parabéns Joaçaba!
Célio Alves de Oliveira, empresário e presidente da CDL Joaçaba.